Thydêwá participa de II Foro Joseph Wresinski sobre a pobreza e direitos humanos na América Latina e no Caribe

Do dia 22 até 26 de outubro, na cidade da Guatemala, terá lugar o segundo foro Joseph Wresinki sobre a pobreza e direitos humanos na América Latina e no Caribe. Ao igual que o primeiro encontro em 2008 em Porto Príncipe (Haiti), este segundo encontro reunirá as defensoras e defensores dos direitos humanos na região, com o objetivo de confrontar idéias, refletir e criar um conhecimento mais completo sobre a pobreza, um conhecimento que nasce da vontade de trabalhar ombro a ombro, entre pessoas com aportes diversos, porém de igual valor e que reconhece as pessoas em situação de pobreza como os primeiros defensores dos direitos humanos e com conhecimentos suficientes para a superação desta pobreza.

Provenientes da Bolívia, Brasil, Colômbia, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Peru e Estados Unidos, os participantes irão aportar com uma enorme quantidade de experiências de vida e profissionais: pessoas em situação de pobreza que se comprometem ativamente através de uma militância profunda dentro de ATD Quarto Mundo; ativistas do mundo indígena e camponeses, membros de ATD Quarto Mundo e de outras associações… Esta grande diversidade de pessoas comprometidas, que realizam ações para superação da pobreza e da defesa dos direitos humanos representa a verdadeira riqueza deste foro que busca reforçar compromissos e mostrar novos sinais para combater as desigualdades e injustiças na região.

Durante cinco dias, os participantes irão se encontrarão e dialogar a partir do que cada pessoa é, tem experimentado e conhecido, com a finalidade de construir conjuntamente, através do verdadeiro cruzamento de saberes, um novo conhecimento que vai contribuir para a luta contra a pobreza. Esta metodologia de Cruzamento de Saberes rejeita a idéia de que existem pessoas que sabem e outras que não: ao contrario reconhece todas e cada uma delas como portadoras de um saber necessário para a construção de um conhecimento útil para a erradicação da pobreza.

Em 2017, diversas pessoas que participaram do foro contribuíram para a redação do livro Aqui onde vivemos: Wresinski, pobreza e direitos humanos na América Latina e Caribe. O livro foi publicado no marco da campanha Pobreza nunca mais: atuar todos pela dignidade e revisitava a pertinência do pensamento de Joseph Wresinski, fundador de ATD Quarto Mundo, para a luta contra a pobreza na região no dia de hoje. Este foro regional – que se desenvolverá em espanhol, francês e português – dará continuidade a esses esforços e irá se constituir numa oportunidade para dar a luz novas idéias.

Além do mais, este foro de trabalho tem lugar graças ao financiamento da Fundação Joseph Wresinski e ao apoio de CIPREVICA. No dia 25 de setembro, no Museu da Universidade São Carlos da Guatemala, em colaboração com as Nações Unidas, será realizada uma jornada aberta que irá reunir 200 pessoas do mundo institucional e associativo da Guatemala. Será a primeira oportunidade para difundir e dialogar sobre os pensamentos desenvolvidos durante o foro, assim como para conseguir o compromisso de outras pessoas e instituições na hora de promover a participação de pessoas em situação de pobreza, nos lugares nos quais vai se refletir sobre os programas sociais e de desenvolvimento.

Pontos de Cultura Indígena de oito aldeias se encontram para Rodas de Conversa e manifestações culturais no MAM/BA

A ONG Thydêwá promove o VI Encontro de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste, em Salvador Bahia. Dentro da programação do Encontro 16 indígenas apresentarão suas manifestações culturais e há uma parte especial destinada a dialogar com o público, na sexta feira 31 de agosto, no sábado 1º e no domingo 2 de setembro, das 14h às 18h, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA), com entrada gratuita. No MAM está acontecendo a Mostra Interativa AEI – Arte Eletrônica Indígena, e durante os últimos três dias da mostra, haverá apresentações de cantos e danças indígenas, Rodas de Conversas com projeção de vídeos sobre a cultura desses povos e visitas guiadas pelos artistas indígenas.

Durante o Encontro estarão presentes representantes indígenas de oito Pontos de Cultura Indígena (PCI) de oito comunidades: Os Pataxó da Aldeia Trambuco (Porto Seguro); os Pataxó Hãhãhãe da Aldeia Milagrosa (Pau Brasil); os Pataxó da Aldeia 2 Irmãos (Cumuruxatiba – Prado); os Tupinambá de Olivença da Aldeia Itapoã (Ilhéus) – todos os localizados na Bahia; os Pankararu (Tacaratu – Pernambuco), os Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio – Alagoas), os Karapotó Plaki-ô (São Sebastião – Alagoas) e os Xokó (Porto da Folha – Sergipe).

Nas dinâmicas exclusivas para os indígenas, os representantes devem avaliar o projeto “Mensagens da Terra”, de autoria da ONG Thydêwá que tem o apoio do Ministério da Cultura e visa fortalecer indígenas como Agentes de Cultura Viva no uso das tecnologias de informação e comunicação para agirem a favor do planeta e de suas comunidades. Os indígenas participaram de uma formação continuada, presencial e a distância, no decorrer de três anos, com o objetivo de afirmar e valorizar suas culturas, conhecimentos e memórias, bem como buscar dignidade para a vida em suas comunidades.

Entre as vitórias do programa “Mensagens da Terra” a rede lançou cinco livros multiétnicos de autoria coletiva dos indígenas, disponibilizou mais de 70 curta-metragens na internet e vem apoiando a rede “Pelas Mulheres Indígenas”.

A rede de Pontos de Cultura Indígena (PCI) teve como resultado de destaque a Mostra “Arte Eletrônica Indígena (AEI): uma exposição interativa”, com trabalhos cocriados entre indígenas brasileiros e artistas do Brasil, Reino Unido e Bolívia, selecionados via edital para residências artísticas nas comunidades indígenas participantes da rede, nos estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco e Sergipe.

As obras interativas tratam da reivindicação de terras, da preservação da memória e do diálogo entre gerações, destacando também a cultura indígena na música, na fotografia, no vídeo, na cartografia dos sons, na escultura, na tecelagem, na colagem digital, nas pinturas rupestres, na projeção eletrônica da pintura corporal entre outras manifestações artísticas.

O AEI (http://aei.art.br/) foi idealizado pela ONG Thydêwá (https://www.thydewa.org/) com patrocínio da Oi e Estado da Bahia, com apoio do Oi Futuro e da British Academy. O projeto é um programa de vanguarda e inovação que promoveu a produção colaborativa e cocriada entre artistas e indígenas de diferentes povos. Muitas das iniciativas selecionadas abordam linguagens artísticas ainda não nomeadas, expressões híbridas, fusão de suportes, e a convergência das tecnologias analógicas e digitais, potencializando a expressão da vida.

SERVIÇO
O QUÊ: Rodas de Conversa e Arte Eletrônica Indígena (AEI): uma exposição interativa.
QUANDO: Rodas de Conversa, exibição de vídeos e visitas guiadas com os artistas indígenas de 14h às 18h, nos dia 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Exposição Arte Eletrônica Indígena até 02 de setembro, das 13h às 18h.
ONDE: Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) – Salvador (BA)
VALOR: Entrada gratuita

Pontos de cultura indígena promovem Rodas de Conversa e lançam DVD com vídeos etnográficos

No Dia do Índio mostra com os vídeos que retratam cotidiano indígena e rodas de conversa serão realizados em aldeias da Bahia, Alagoas e Pernambuco.

Já imaginou conhecer as tradições de oito comunidades indígenas por meio de temas como culinária, ervas medicinais, bebidas sagradas, música, cerâmica tradicional, artesanato entre vários outros assuntos? Os 65 vídeos etnográficos do projeto “Memória Viva” aproximou nos últimos seis meses adolescentes, jovens, adultos e anciãos/anciãs de oito pontos de cultura indígenas, localizados na Bahia, Alagoas e Pernambuco com o objetivo de fortalecer as relações que valorizam os saberes, as trocas de conhecimentos além de preservar e projetar os saberes tradicionais indígenas. No dia 19 de abril, os Pontos de Cultura Indígena realizam Mostras de exibição do DVD: “Memória Viva Indígena” que é uma compilação dos vídeos do projeto seguida de Rodas de Conversa sobre os vídeos. A programação ocorre no Colégio Caramuru da aldeia Pataxó Hãhãhãe, no município de Pau Brasil (Bahia), de 10h30 às 12h; no Colégio Pajé Suira, na aldeia indígena Kariri-Xocó, município de Porto Real do Colégio, Alagoas, das 14h às 16h e no Colégio das aldeias Saco do Barros / Brejo, na terra indígena Pankararu, na divisa dos municípios de Jatobá e Tacaratu, Pernambuco, das 15h às 17h.

O projeto foi realizado com o apoio da ONG Thydêwá e do Ministério da Cultura. Mais de 100 indígenas se reuniram e registraram algumas de suas práticas em vídeos que vão de 3 a 15 minutos, o material está disponível gratuitamente em www.indiosonline.net/memoriaviva e estará também lançado no DVD “Memória Viva Indígena” que será distribuído por diversas comunidades indígenas.

Para realização do DVD uma equipe interdisciplinar visitou as comunidades e deu apoio aos Pontos de Cultura de cada localidade, se desenvolveram em dinâmicas e oficinas, que aproximaram as gerações no objetivo de valorizar seus conhecimentos e salvaguardar seus patrimônios. Atualmente esses vídeos estão sendo utilizados pelos próprios Pontos de Cultura e ou pelas escolas indígenas das localidades para fortalecer a educação ao interior das comunidades. Anciões e Jovens estão participando de rodas de conversa nas comunidades, apresentando os filmes e dialogando com os alunos. Estas ações contam com o apoio especial do Ministério dos Direitos Humanos.

Já são aproximadamente 500 indígenas diretamente envolvidos nas atividades promovidas pelos Pontos de Cultura, na produção de vídeos e na exibição dos mesmos com debate; na apropriação das novas tecnologias de informação e comunicação, onde se destacam dois portais de autoria indígena: www.mulheresindigenas.org e www.indiosonline.net. Esta aliança entre povos indígenas que é promovida pela ONG Thydêwá já permitiu a gravação e lançamento de outros dois DVDs e quatro CDs de músicas. Thydêwá também celebra nesta data o fato de já ter lançado 30 livros e está convidando os autores indígenas a realizar mais um novo livro multiétnico e colaborativo que terá como título “Mensagens da Terra”, para mais informações acesse https://www.thydewa.org/convocatoria-livro-mensagens-da-terra/.

Para Mayá Pataxó Hãhãhãe, de 69 anos, os indígenas idosos escrevem sua história de outras maneiras além da escrita, “tem muitos idosos que a sociedade tacha de analfabetos, mas quando a pessoa conversa com eles percebe que são importantes sábios. Muitos de nossos anciões não tiveram oportunidade de aprender a ler e escrever, mas leem com maestria os sinais da vida e assim escrevem a história de nosso povo, uma história de inteligentes resistências”.

No mesmo sentido, Sebastián Gerlic, um dos coordenadores do projeto, afirma que “a memória viva está em constante movimento. Ela se nutre do passado, se faz no presente e sempre busca transformar o futuro. Quando os livros didáticos falavam apenas em ‘descobrimento do Brasil’, isso era uma tentativa de matar a memória dos povos indígenas, e assim matá-los. Mas os indígenas resistiram porque mantiveram sua memória viva”.

Link para os vídeos: http://www.indiosonline.net/memoria-viva-videos/

SERVIÇO

PATAXÓ HÃHÃHÃE (BAHIA) – Lançamento do DVD, com exibição dos filmes e rodas de conversa: Dia 19 de abril, de 10h30 às 12h.

Local: Colégio Caramuru, na aldeia indígena Pataxó Hãhãhãe, município de Pau Brasil, Bahia.

KARIRI-XOCÓ (ALAGOAS) – Lançamento do DVD, com exibição dos filmes e rodas de conversa: Dia 19 de abril, de 14h às 16 h.

Local: Colégio Pajé Suira, na aldeia indígena Kariri-Xocó, município de Porto Real do Colégio, Alagoas.

PANKARARU (PERNAMBUCO) – Lançamento do DVD, com exibição dos filmes e rodas de conversa: Dia 19 de abril, de 15h às 17h.

Local: Colégio das aldeias Saco do Barros / Brejo, na terra indígena Pankararu, na divisa dos municípios de Jatobá e Tacaratu, Pernambuco.

Mulheres Pankararu participam de evento sobre BEM VIVER na Colômbia

As indígenas Maria e Bárbara Pankararu visitaram a Colômbia a convite da Universidad Autónoma de Occidente (UAO) para um evento que reuniu comunidades indígenas, docentes e investigadores provenientes de instituições de diferentes partes do mundo para abordar a temática “Podemos falar de Bem Viver no contexto atual? Discursos de mentira, distrações e realidades”.

“A troca de experiências entre os vários povos presentes contribuiu para ampliar o olhar para as demandas e desafios dessas comunidades. O Bem Viver foca na relação entre comunidade e mãe terra e faz parte de cosmologia dos indígenas”, afirmou Maria Pankararu.

Durante o evento foram ouvidas experiências das integrantes de diferentes comunidades. O objetivo era dar visibilidade para os relatos das comunidades presentes frente as iniciativas de desenvolvimento que surgem em seus territórios e desse modo trazer à tona as consequências e impactos que geram esse tipo de iniciativa no cotidiano e na preservação cultural das comunidades.

Veja um pouco mais sobre a experiência de Barbara e Maria Pankararu na Colômbia

 

 

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM DEZEMBRO DE 2017

Em dezembro tivemos 3 imersões do projeto Redes de Sororidade nas aldeias ligadas ao Ponto de Cultura. Em Pataxó Hahahãe o projeto finalizou com um grande encontro, que contou com mais de 150 pessoas de várias comunidades, principalmente mulheres.


Depois de Pataxó Hahahãe, as dragons 5nna e Suzana seguiram para Pataxó Barra Velha, no município de Porto Seguro, e se reuniram com as mulheres da comunidade para sonhar juntas. Tivemos também uma ótima notícia neste mês. A antena finalmente chegou em Barra Velha e o PCI de lá já está conectado.

Em meados de dezembro a dragon Liliana chegou na aldeia Pataxó 2 irmãos.

Sebastian Gerlic foi para Bolívia representando também os povos indígenas do Brasil e a Thydêwá.

Mesa dos caciques e lideranças no IFBA, discussão sobre os conflitos territoriais.

O projeto memória viva também está na estrada viajando entre as aldeias. Em dezembro visitaram Kariri Xocó e Karapotó.

Tia Mayá também participou de uma reunião em um assentamento.

Em Pankararu teve início as corridas de umbu.

Em dezembro também tivemos a boa notícia do pagamento do III ano dos PCI. Viva!

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: Confira as últimas novidades dos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste

Os últimos meses foram de bons encontros nos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste. Graças a Tupã a rede pode sair um pouco do virtual e se conectar pessoalmente.

Encontro de Pajés e Encontro dos Pontos de Cultura Indígenas em Pataxó Hahahãe (Pau Brasil, Bahia), 25 a 30 de maio de 2018

Logo após o Encontro tivemos um intercâmbio entre mulheres indígenas da rede Pelas Mulheres Indígenas na Associação de Mulheres Indígenas Guerreiras Pankararu


Escute agora o programa de rádio produzido durante o intercâmbio:

No mês de junho e julho duas atividades estão circulando entre os Pontos de Cultura Indígenas:

A primeira é oficina de vídeo:

A segunda são as residências do projeto Arte Eletrônica Indígena,

Você pode acompanhar o projeto Arte Eletrônica Indígena pelo blogue no site ou pelo grupo no Facebook.

 

Mensagens da Terra: Acompanhe os desdobramentos da rede no 1o semestre de 2017

O programa MENSAGENS DA TERRA atua em sinergismo com alguns outros empreendimentos sociais apoiados pela Thydêwá, executados na mesma rede de 08 povos indígenas. Neste primeiro semestre de 2017 demos início a microprojetos protagonizados pelos indigenas como:

1. “Água do Alto Sagrado” – Comunidade Indígena Kariri-Xocó – Porto Real do colégio/AL, projetando melhorar a qualidade de vida da comunidade através de irrigação para pisicultura e hortas.
2. “Esverdeando a comunidade indígena Karapoto Plak-ô” – São Sebastião/AL. introduzindo o reflorestamento e quintais produtivos.
3. “Uma Fonte de Vida” Preservando a Fonte Grande do Terreiro Sagrado que é fonte de agua e de espiritualidade para o povo Pankararu – Jatoba/PE

E demos continuidade a radio web: Rádia Cunhã: a voz das mulheres indígenas. Sintonize-se com a realidade das Mulheres Indígenas através de nosso canal no youtube.

Encontro de mulheres indígenas para a Rádia Cunhã: março de 2017

Célio Turino presente no encontro dos Pontos de Cultura Indígena – 2017

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM NOVEMBRO DE 2017

O mês de novembro floresceu e com ele dois projetos foram iniciados: Memória Viva e Redes de Sororidade. Os próximos meses será de muitos encontros nas aldeias. A primeira aldeia a receber as mulheres Dragon Dreaming foi Pataxó Hahahãe. E o projeto Memória Viva iniciou seus trabalhos na aldeia Pataxó Cumuruxatiba. As visitas ocorrerão entre os meses de novembro a fevereiro. O projeto Redes de Sororidade é mais uma forma de potencializar a rede Pelas Mulheres Indígenas. E o Memória Viva trabalha pela valorização dos saberes das anciãs e anciões indígenas e do fortalecimento do diálogo transgeracional.

Encontro de mulheres indígenas para celebrar o início do projeto Redes de Sororidade na aldeia Pataxó Hahahãe


 

 

 

 

 

 

 

Projeto Memória Viva começando o ciclo na aldeia Pataxó Cumuruxatiba

 

 

 

 

 

Pataxó Cumuruxatiba segue firme e forte plantando e colhendo

 

 

 

 

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM SETEMBRO DE 2017

No dia 05 de setembro comemoramos o dia internacional da mulher indígena. Mulheres que estão a frente de muitas lutas, como a da criação dos filhos, muitas vezes sozinha, a da agricultura familiar, a dos cuidados da casa e das crianças ao redor, a da retomada de suas terras, a contra a violência de gênero e racial. Mulheres que unidas, mesmo com tantos afazeres diários, criaram a premiada rede Pelas Mulheres Indígenas em 2014 e que permanece firme e forte até hoje. Após a criação da rede, colhemos frutos como um livro protagonizado por essas mulheres e também uma rádio, a Rádia Cunhã. Dia 21 de setembro também foi o dia da árvore, tão importante e representantiva para a cultura indígena. Mulheres e árvores: com raízes, tronco, folhas, frutos e flores. Se bem cuidadas, a colheita é farta.

Pataxó Cumuruxatiba

Neste mês o Ponto de Cultura Indígena da aldeia 2 irmãos, Pataxó Cumuruxatiba, vivenciou muitas atividades distintas: participou de encontros de mulheres, não só indígenas, mas também quilombolas e pescadoras. Também foi trazido à tona a questão da agricultura familiar, e parece que os Pataxó estão se articulando para participar da feira de agricultura familiar na região.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Kariri-Xocó

Os Kariri encontraram uma maneira divertida para difundir a língua Kariri Kipea, criaram um grupo que já conta com 96 integrantes, e vêm utilizando os emojis do whatsapp para potencializar o aprendizado. 

 

Pataxó Hahahãe

Colaboradores da rede

5o Encontro Nacional de Estudantes Indígenas que a jornalista e doutoranda Joana Brandão esteve presente.

Alguns jovens que participaram do projeto (e ainda participam do grupo!) Força Indígena Jovem se encontraram neste mês!

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM AGOSTO DE 2017

Agosto foi um mês muito especial para a rede de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Vibramos e torcemos juntos pelo juri do amigo Joel Braz, que ocorreu no dia 16 deste mês, em Eunápolis (BA). Desde 2007 Joel estava vivendo em prisão domiciliar, acusado de homícidio. Este foi o sexto e último processo respondido por Joel, que foi inocentado em todos. O juri começou 8h30 da manhã e terminou às 19h. Várias comunidades do sul e do extremo sul da Bahia se articularam para estar presentes em solidariedade ao parente.

 

 

 

Pataxó – Aldeia 2 irmãos

Nos foi avisado que o cacique Antônio (Pataxó) foi pego pela polícia, em Cumuruxatiba. Ele e sua família estavam dentro de um carro indo para a retomada no lote do Incra. A mídia informou que era um carro roubado, mas segundo a cacique Maria D’Ajuda essa informação é incorreta. Que o carro é da SESAI emprestado para o cacique.

Horta de couve de Dona Ana
Alunos da creche 2 irmãos
Professor Ilauro
Visita dos profissionais do Estado para a reforma da Escola
Plantio de mandioca
Reunião com lideranças da Aldeia Pequi

 



“Todos temos que seguir por esta estrada maravilhosa. Assim nenhuma comunidade terá fome, só alegria. Beijos Tia Mayá”

Jenipapo verde, como se faz tinta
Tinta pronta
Mutirão para o trabalho no ponto de cultura da aldeia 2 irmãos

Visita do MEC na aldeia 2 irmãos
Reunião FNDE na aldeia Kai

 

Karapotó-Plaki ô

Reforma do Ponto de Cultura

Reunião com Secretaria do Meio Ambiente
Hora do manguty
Curso de igualdade nas aldeias

Encontro sobre gênero. Realizado em Cumuruxatiba

 

Pataxó Hahahãe

Colheita de milho crioulo de Tia Mayá. Quem já comeu o cuscuz sabe como é bom!
Encontro de mulheres indígenas na aldeia Baheta, Itaju do Colônia.

Tia Mayá entre os dias 21 e 22 de agosto participou de um encontro com o grupo Anjos da Arte, iniciado como Biblioteca de Rua, do Caxambu (Morro dos Anjos – Petrópolis – RJ). Sebastian Gerlic e Mayá utilizaram ferramentas da metodologia Dragon Dreaming para transformar sonhos em realidade.

Kariri Xocó 

 

Pankararu

O povo Pankararu desde o dia 28 deste, vem ocupando a casa da Diretoria da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco- CHESF, Torres de transmissão de linhas eletricas de alta tensão e no dia de hoje (30/08), por volta das 15 hs 00, o Prédio que funcionava como escritório da CODVASF, próximo a Escola Municipal Professora Djanira Dória. O ato tem como principal reivindicação fazer com que a aludida Companhia reconheça que possui uma DÍVIDA SOCIAL, CULTURAL E HISTÓRICA COM O NOSSO POVO.
Nossa mobilização requer a participação e empenho de todos nós Pankararu pela conquista e garantia de nossos direitos.
Nossa luta tem contado com a colaboração de alguns parceiros do campo jurídico e político, bem como da ARTICULAÇÃO DOS POVOS E ORGANIZAÇÃO INDÍGENA DO NORDESTE, MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTOS – APOINME, mas ainda não é o suficiente. A luta nesses últimos dias não tem sido fácil, pois a CHESF tem se demonstrado inrresolutiva as nossas questões.
É por essas e outras razões que venho em nome da mobilização Pankararu solicitar o apoio dos demais Pankararu, que por solidariedade e reconhecimento a história de luta de seu próprio povo possam nos ajudar nessa causa. Somos muitos Pankararu e temos muitos com formação em diferentes áreas. Advogados, antropólogos, historiadores, sociólogos entre muitos outros. É chegada a hora minha gente, não vamos deixar que o nosso povo perca essa batalha. Se não for agora, será nunca mais.

Pataxó Barra Velha

Tia Mayá narrou todo o julgamento do colega Joel Braz, no dia 16 de agosto. Informou à rede que os advogados de defesa foram brilhantes. Joel esteve tranquilo e confiante durante todo o julgamento. A força dos encantados esteve presente. Uma forte rede neste dia estava conectada a Joel, amigos de todas as partes, parentes, toda a rede dos PCI. No fim da tarde tivemos a notícia que Joel foi inocentado após 10 anos de prisão domiciliar.

Jury de Joel Braz reuniu muita gente!

 

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM OUTUBRO DE 2017

No mês de outubro os Pontos de Cultura começaram a articular a chegada de mulheres Dragon Dreaming nas aldeias. As visitas ocorrerão entre os meses de novembro a fevereiro. O projeto Redes de Sororidade é mais uma forma de potencializar a rede Pelas Mulheres Indígenas.

Além disso tivemos muitas fotos compartilhadas em nossa rede: Hortas, retomadas, denúncias, ervas para uso medicinais.

Este mês foi bastante movimentado em nossa rede.

O povo Pataxó Hahahãe fez denúncias neste mês sobre abuso da Polícia Militar contra os indígenas em uma ocupação em Potiraguá onde fazendeiros usufruíam de território indígena.

“…Áreas desmata para fazer pasto!
A luta pela a conquista da terra é uma escolha dos Pataxó Hãhãhãe que honram o seu direito. Entretanto a sociedade precisa apoiar essa causa, a maior parte de nosso território nacional está nas mãos dos fazendeiros. Terras que eles exploram todos os recursos naturais, através de desmatamentos, mineração, contaminam o solo com venenos, secam os recursos hídricos. Enfim uma fazenda que eles têm apenas 2 funcionários nós estamos ocupando com 150 famílias indígenas, e que vão viver na produção de agricultura familiar, produzindo alimentos saldáveis. A terra é sagrada e pertence a nós indígenas, estamos a mais de 8 dias ocupando o território. E vamos resistir. Já recebemos a visita do FUNAI, e da Policia Federal, da polícia Militar que esteve visitando a área. Sociedade Brasileira, os mapas provam que a área pertencente a nós indígenas, quando da sua demarcação iniciada em 1936 e terminada em 1938, foi dividida ao meio em acordo do SPI com o estado da Bahia, sem o consentimento nem o conhecimento dos índios, principais interessados na área. A parte subtraída da área original dos índios foi doada a fazendeiros de Itabuna e Ilhéus como mostra o mapa. Nesta área reclamada por nós indígenas, existem cemitérios indígenas e situa-se ao lado da Serra do Couro D’Antas…”

Já no clima Memória Viva, neste mês tivemos também a Feira de Ciências do Colégio Estadual Indígena da Aldeia Caramuru, Anexo Água Vermelha. Dona Mayá foi convidada representando a sabedoria das anciãs. Na Feira de Ciências teve um momento do plantio das Ervas Medicinais: “Muito enriquecedor as crianças e professores interagindo com essa atividade. Gratificante aprendermos o quanto é rica a localidade onde vivemos. Vamos preservar e conservar o Meio Ambiente!”

O povo Tupinambá também enfrentam situações de risco em uma retomada. No dia 3 de outubro eles ocuparam a fazenda do falecido Mário Bucharff, que está inserida dentro do território indígena tupinambá. Além disso, foi vetado o trânsito dos indígenas dentro dos pertences da fazenda, fazendo com que os indígenas que residem por trás dela ter que dar uma volta de difícil acesso por mais de 15km para chegar ao ponto de ônibus, infringindo seus direitos de ir e vir. Após a ocupação os indígenas enfrentaram ataquece da polícia militar da Bahia.

Os Pankararu passaram por uma situação inadmissível:
“Aldeia brejo dos padres Policiais entraram em nosso território, em meio da nossa tradição. Tradição do São Gonçalo, que acontece anualmente, abordando romeiros de Santa brigida, e repreendendo (armas) que são utilizadas na tradição, a muitos e muitos anos, colocaram no camburao, mais de seis pessoas, entre eles uma pessoa com problemas mentais, atiraram para cima, na intenção de intimidar, usou esprei de pimenta em um indígena, sem ao menos ele oferecer risco algum, abuso de poder , fomos coagidos , por pouco não acabaram com nossa tradição no momento, mas juntos somos mais fortes , vivemos lutando a décadas , não seria hoje que iríam nos intimidar.como chegar em uma ária indígena e não se informar o porque daquilo está acontecendo, já vem utilizando da autoridade, somos indígenas, temos nossa tradição, nossa peculiaridade, se informem, respeitem”

A cacica Maria D’Ajuda Pataxó segue firme em suas articulações, especialmente pelas mulheres indígenas e não indígenas

 

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM JULHO DE 2017

A rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste começou o mês de julho com construção e reivindicações. Na aldeia 2 irmãos, em Pataxó de Cumuruxatiba, um forno comunitário foi construído, enquanto as ervas medicinais, importantes para a manutenção da saúde e da cultura indígena, seguiam seu ritmo de crescimento…

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Mensagens da Terra: Confira tudo que aconteceu na rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste em Junho de 2017

A partir de agora iremos postar mensalmente algumas informações trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste.

Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

Seguem agora algumas imagens e mensagens compartilhadas no mês de Junho de 2017, mês de uma das principais festas do Nordeste, o São João, e teve até forró dentro das aldeias…

Pataxó Hahahãe

Teve ação com as crianças e comunidade

Tia Mayá, Pataxó Hahahãe, narrando a história da agricultura no povo Pataxó Hahahãe. Contando a importância de preservar essa cultura milenar. Encontro Celebrando a Semente pela associação AHIAV. Viva a agricultura, viva Hahahãe (Relato por Fabrício Titiah)

Teve forró no São João também…

Pataxó Cumuruxatiba

A cacique Maria D’Ajuda em uma de suas reuniões em prol do bem de sua comunidade, dessa vez para trabalhar reflorestamento.

Relato de Maria D’Ajuda no mês de Junho:

“Estamos na luta esse mês. A luta foi muito forte, ocupamos a pista por duas vezes para resolver a nossa educação, o pagamento dos motoristas e também sobre nossa saúde. Os carros (para transporte escolar) não estão suprindo as necessidades das comunidades, apenas 1 carro para 14 aldeias. Ontemos tivemos com o ministério público em Teixeira de Freitas”.

Kariri Xocó

Teve festa em Kariri Xocó, viva São João!

Diariamente são postadas muitas mensagens nos grupos da rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Essa postagem é uma maneira de deixar registrado e compartilhar com o mundo algumas informações a respeito do andamento das atividades em cada ponto, do dia a dia das aldeias e da cultura indígena.

Awêre.

Veja as fotos do 4o Encontro dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste

Entre os dias 7 e 11 de maio de 2017 aconteceu na sede da Thydêwá o 4o Encontro dos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste (PCI), reunindo representante das 08 comunidades que compõe a rede.

Durante o Encontro tivemos a presença de Célio Turino, idealizador dos Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva.

 

Escute agora o programa da Rádia Cunhã com a voz das mulheres indígenas representantes de seus Pontos de Cultura + músicas indígenas + um poema de autoria da cacique Maria D’Ajuda (Pataxó). Tudo gravado e produzido durante o 4o Encontro do PCI.

 

Raízes conectadas: Jovens indígenas não se prendem a estereótipos do passado e vão em busca de um futuro melhor para suas comunidades

 

Laís Tupinambá
Laís Tupinambá de 18 anos estuda comunicação social para dar voz ao povo indígena

“Ser jovem indígena é carregar muita responsabilidade”. É assim que começa a fala de Laís Tupinambá, de 18 anos, plenamente consciente da sua responsabilidade de fazer valer a história do seu povo. A jovem que acabou de entrar na Universidade sabe da importância que tem para os indígenas ocuparem espaços dentro da sociedade e lutarem por reconhecimento e representatividade. Para ela, o fato de começar um curso superior é uma vitória não só pessoal, mas para todos os indígenas. A escolha pelo curso de Comunicação Social gira em torno do seu povo. “As grandes mídias não dão voz aos indígenas ou quando dão relatam mentiras sobre nossa verdadeira realidade”, lamenta.

Esses são só alguns dentre tantos desafios que os jovens indígenas enfrentam para serem reconhecidos, respeitados e terem acesso à educação, saúde e cultura. “A Universidade pode vir como uma grande aliada para os povos indígenas, onde mudamos esse formato quadrado que ela tem, colocando a nossa diversidade e trazendo dela os saberes que nos façam crescer na luta”, afirmou a jovem.
Enfrentar os estereótipos e o desconhecimento da sociedade não indígena acerca da cultura dos povos que aqui já estavam antes do Brasil ser Brasil também é uma batalha diária de meninos e meninos que possuem dentro de si a marca da resistência e são obrigados a se reinventar dentro da cultura. Afinal, usar roupas, ter celular, estar conectado na Internet, estudar, morar na cidade não deveriam ser exclusividade da sociedade não indígena. E não são.
“A cultura dos povos indigenas é uma cultura que muda a partir do seu cotidiano e da sua realidade. Muda os trajes, a forma de viver, as pinturas. Para falar dessa mudança é preciso falar do passado”, conta Emerson Pataxó, de 17 anos, da aldeia de Coroa Vermelha, a maior aldeia urbana da América Latina. O jovem, militante do movimento estudantil secundarista, presidente do grêmio estudantil Itambé do Colégio Estadual Indígena Coroa Vermelha, desde pequeno sempre foi ativo na escola, questionando e buscando resolver os problemas junto aos professores. O território indígena de Coroa Vermelha possui aproximadamente 7 mil habitantes.

 

Emerson Pataxó faz parte da União da Juventude Socialista
Emerson Pataxó faz parte da União da Juventude Socialista

E com tantas mudanças não é difícil encontrar jovens indígenas que lutam por seus direitos e sua auto indentificação. “Não somos menos indígenas por simplesmente não andarmos mais nus. Eu adoraria ainda ter esse contato com a natureza, essa liberdade de poder morar na minha aldeia em paz, vivendo a nossa cultura como ela sempre foi de verdade. Mas hoje em dia sabemos que isso infelizmente não é mais possível. Mas isso não me torna menos índia por não ficar pelada na aldeia, não desvaloriza meu povo. Eu vejo como uma certa evolução do meu povo também, afinal fomos forçados a nos adaptar”, afirma Laís.
A juventude vê no horizonte a responsabilidade do futuro das comunidades e se mobiliza para revigorar a cultura, para não deixar morrer, nem cair em esquecimento a história dos povos indígenas do Brasil. “O jovem tem que entender o valor, a importância da nossa cultura, não deixar perder a nossa identidade. Porque o índio tem a sua força da natureza, tem a sua força de seus rituais e tudo isso abrange o nosso modo de viver, se perdermos isso, nos tornamos um povo fraco. A juventude vem nesse papel de manter a nossa chama viva”, afirma Laís.
Futuro das comunidades
A conexão e preocupação com a natureza são duas das pautas da juventude indígena. “Muitos dos nossos parentes estão esquecendo nessas novas retomadas que devemos priorizar, valorizar e preservar o meio ambiente”, indaga Emerson, provando que os jovens estão presentes na luta, mostrando que têm voz, que têm raiz, que estão abertos e dispostos a lutar por mudanças conscientes e de amplitude planetária. Não querem ser considerados folclore, são modernos, estão atentos as mudanças do mundo, tentando acompanhá-las, mas não perdendo a essência que os conecta com as tradições.

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Edson Pankararu se uniu com outros jovens da aldeia para fundar a União da Juventude Pankararu
Edson Pankararu se uniu com outros jovens da aldeia para fundar a União da Juventude Pankararu

A história de Edson Pankararu, de 27 anos, se une a de Laís Tupinambá e Emerson Pataxó, apesar dos quilómetros e da diferença de Estado que os separam. Edson é vice presidente da União da Juventude Pankararu. Os 3 jovens fazem parte do grupo Força Indígena Jovem, criado em 2016, com a união dos jovens das etnias Pataxó, Pataxó Hahahãe, Pankararu, Tupinambá, Kariri Xocó, Xokó e Karapotó. “Somos jovens pesquisadores sempre em conexão com nossos ancestrais. Sempre juntos com a sabedoria dos mais velhos e também das novas tecnologias, que nos possibilita a troca de saberes com os outros povos, com a juventude de outras aldeias”, afirma Edson Pankararu.
Para o jovem, se afirmar pela cultura e tradição indígena fortalece a juventude. “Isso que mostra que somos povos tradicionais. Independente de onde moramos, das roupas que usamos, nunca perderemos nossa essência, nossa cultura, nosso valor, nós somos povos indígenas tradicionais, donos da terra, da natureza”, complementa Edson, que mora no sertão seco de Pernambuco, na aldeia Pankararu, onde vivem aproximadamente 8 mil índios.
Tanto Edson quanto Laís e Emerson sabem que está dentro deles e de toda a juventude indígena o destino de suas comunidades e não se amedrontam perante a responsabilidade. “Os povos indígenas sempre foram muito guerreiros nessa questão de lutar, não ter medo. Precisamos lutar para ter uma sociedade digna. Nós resisteremos mais 516 anos e não vamos dar trela para esse povo que quer nos exterminar. Lutar é preciso”, finaliza Emerson Pataxó.
Edson sabe que a força da juventude está presente no agora e no amanhã. “Somos os futuros caciques, pajés, lideranças. Se não assumirmos nossa cultura hoje, futuramente não seremos reconhecidos como povos indígenas. Precisamos estar unidos para fortalecer nossa cultura”, afirma. “Uniao, paz e respeito a nossa cultura, origem, ancestralidade, lutas e guerras passadas. Queremos o que é nosso por direito porque somos o presente e o futuro do planeta”, complementa.
O grupo Força Indígena Jovem nasceu dentro da ONG Thydêwá através do projeto Adolescentes Indígenas Expressão Cidadã e é possível acompanhar o movimento que só cresce através do grupo no Facebook: https://www.facebook.com/groups/941864215891750/?fref=ts.
Desde 2002, a Thydêwá trabalha para o fortalecimento das comunidades indígenas, para a consciência planetária e promoção da cultura da paz. Nos últimos anos, tem aliado a apropriação das tecnologias de informação, comunicação e aprendizagem a projetos que lutam por relações interculturais justas e verdadeiras, como a rede Índios On-Line (www.indiosonline.net); Índio Educa (www.indioeduca.org) e a Rede Indígena de Arte e de Artesanato (www.risada.org).
O Adolescentes Indígenas Expressão Cidadã conta com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça e Cidadania e foi desenhado para promover ações com protagonismo de adolescentes indígenas que visam melhorias para as comunidades participantes: Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL).[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

ADOLESCENTES INDÍGENAS SE REÚNEM PELOS SEUS DIREITOS

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Vinte adolescentes indígenas se reunirão entre os dias 1 e 5 de abril, em Olivença-BA, para participar de uma formação proposta pelo projeto Adolescentes Indígenas: Expressão Cidadã. Este projeto conta com o apoio do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, e a realização pela ONG Thydewa, e foi desenhado para promover ações com protagonismo de adolescentes indígenas que visam melhorias para as comunidades participantes: Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL).

Este encontro é o segundo da série de seis cujo objetivo é formar 100 adolescentes indígenas, conhecedores de seus direitos e dos mecanismos para melhor aceder aos mesmos. Durante os dias de encontro, os jovens discutem sobre como está a atual situação de suas aldeias e como que juntos podem buscar resoluções para os problemas levantados. Debates sobre Direitos Indígenas, Direitos à informação, Liberdade de expressão, entre outros, estarão presentes para fundamentar as discussões.

É urgente facilitar o acesso a políticas públicas dentro de áreas remotas, como é o caso da maioria dessas comunidades. Empoderados através das oficinas, os jovens irão socializar as aprendizagens dentro das comunidades, formando grupos locais para mobilização de ações em prol da transformação social de suas aldeias. Desta forma espera-se alcançar mais de 8.000 adolescentes indígenas, fortalecendo o protagonismo e buscando participação na construção das políticas públicas.

“Os jovens participantes do 1º encontro voltaram para as suas comunidades empoderados e com vontade de agir. A maior parte deles já postou matérias sobre a realidade de suas comunidades no portal Índios Online, fortalecendo o etnojornalismo, e inclusive duas jovens já tiveram a iniciativa de escrever uma carta para o prefeito da cidade onde a comunidade está, solicitando que o problema do lixo dentro de sua aldeia seja resolvido. Os jovens estão com sede de mudanças e tem força para isso, basta apoiar”, informou Fernanda Martins, uma das coordenadoras do projeto. Segundo Sebastian Gerlic, coordenador geral do projeto, uma sociedade que inclui a voz dos jovens tem mais possibilidade de prosperar.

A ONG Thydêwá trabalha desde 2002 para o fortalecimento das comunidades indígenas, para a consciência planetária e promoção da cultura da paz. Nos últimos anos, tem aliado a apropriação das Tecnologias de Informação, Comunicação e Aprendizagem a projetos que lutam por relações interculturais justas e verdadeiras, como a rede Índios On-Line (www.indiosonline.net – desde 2004); Índio Educa (www.indioeduca.org – desde 2011) e a Rede Indígena de Arte e de Artesanato (www.risada.org – desde 2011).

Serviço
O que: 2º encontro de adolescentes indígenas
Onde: Sede da ong THYDÊWÁ – Rua Marechal Castelo Branco, no 204, Olivença/Ilhéus/Bahia.
Quando: 1 a 5 de abril de 2016
Contato: Fernanda Martins (fernanda@thydewa.org) ou Sebastian Gerlic (sebastian@thydewa.org)

Buscamos autores e ilustradores indígenas para livro que toque corações

Convidamos a todos os indígenas que queiram participar da série de livros KWATIARA: Histórias indígenas para uma nova era.

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Acreditamos que as histórias indígenas podem ser transformadoras para o mundo todo.
Os interessados podem escrever livremente um conto, uma memória, uma história. As propostas são livres e podem nascer de qualquer indígena. É importante que o autor se atente para o fato de que o livro será lido por e para crianças (de 0 a 100 anos).

A ONG, através de uma comissão, selecionara dois autores para fazermos dois livros digitais. O livro será digital e poderá ser baixado em tablets e celulares, assim como em pdf.

A história deve ser curta. O texto deve caber em uma página. Caso sua história seja maior, a comissão editora sugerirá caminhos para editá-la. Conheça nossos 02 primeiros livros para entender mais: http://daterraproducoes.net/ebooks-pdf/

Para os interessados em participar:

Todo indígena que tenha lido esta proposta e concorde com a mesma pode participar.

Esperamos que mulheres e homens, jovens e adultos, indígenas de várias etnias participem.

O livro é para todo o público. É bom produzir sabendo que o livro poderá ser lido tanto por indígenas como não indígenas e que, provavelmente, venha ter muitos leitores jovens.

O texto pode ser feito por uma ou mais pessoas, até por um grupo. Uma pessoa fará contato com a Thydêwá para ser o representante da proposta de conteúdo.

Os interessados devem escrever para contatos@thydewa.org até o dia 20 de outubro

Queremos começar a primavera já com trabalhando nos dois novos livros!

Confira como foi o 1o dia do Encontro Pelas Mulheres Indígenas

“O projeto tem como objetivo fortalecer cada vez mais a voz da mulher”

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Este domingo (6) foi marcado pelo reencontro das 16 mulheres participantes do projeto Pelas Mulheres Indígenas. O encontro faz parte da Rede Pelas Mulheres Indígenas (http://www.mulheresindigenas.org), iniciada em março deste ano, e que ganha força pela união de 08 comunidades do Nordeste – Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL).

A manhã foi iniciada com um ritual indígena que misturou um pouco de cada cultura e seguiu dando boas vindas para as novas integrantes do grupo. Para o primeiro dia, os objetivos do projeto foram retomados, assim como os desafios encontrados na atuação de cada mulher dentro de suas comunidades. Pela parte da tarde, as integrantes tiveram a oportunidade de apresentar os conteúdos que foram produzidos durante esses 4 meses e meio de projeto e é possível ter acesso pelo nosso blogue http://www.mulheresindigenas.org/blogue.

O Encontro segue até quinta-feira (10).

 

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”. Confira as partilhas do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra

Na manhã do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra, como todos os dias, foi feito um ritual de abertura indígena, com cânticos em roda. Inicialmente, foi discutida a importância do evento Teia Nacional de Pontos de Cultura para a visibilidade e representatividade dos indígenas. Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC), sugeriu que fosse levado, ao encontro nacional, relatos e registros, em audiovisual por exemplo, da situação tupinambá.

Nhenhety Kariri Xocó, sócio da Thydêwá, abriu o Moytará, apresentando o seu significado. Moytará é uma palavra indígena que significa troca. Esta era uma tradição entre os indígenas da caatinga e da Mata Atlântica, que se encontravam uma vez por ano para trocar produtos da florestas. “Moytará é a história da caçada tradicional”, resumiu. Ele sugeriu fazer um moytará com produtos da tecnologia – livros, cds, vídeos e que a rede de Pontos de Cultura Indígenas será como um Moytará, pois trocará também com outras redes, como a Índio Educa e a RISADA. Alguns indígenas apresentaram os produtos que trouxeram para trocar: frutos, sementes, raízes, livros, etc.

Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), apresentou o Conselho enquanto um espaço de participação e controle social perante o Minc. “Embora tenha um caráter consultivo e não tenha poder de decisão, é um avanço do diálogo entre governo e sociedade civil”, afirmou.

O debate circulou na importância da escolha de representantes dos povos indígenas que estejam comprometidos com a comunidade e a importância de se mobilizar. “Quando a gente pensa em Estado, representatividade é muito difícil. Mas nós enquanto indígenas temos que saber que aquele espaço também é nosso”, disse Naiara, diante das reflexões e exemplos trazidos pelos indígenas. Joel Braz, nome indígena Xarru Ingorá Pataxó, apontou que existe uma dificuldade para se mobilizar: “As pessoas precisam de muita garra e muito pulso para levar um movimento para frente. Não é qualquer coisa não.”

Foi trazida para a roda a extrema importância de ações e alternativas que sejam feitas a partir da base, de dentro da comunidade. Yakui Tupinambá atentou para a necessidade de mobilizar os jovens: “O que nós observamos é que nós precisamos de um movimento com os jovens indígenas .Muitos dos nossos estão se deixando levar. É uma continuação do processo de colonização.”

Diante das dificuldades apontadas para a mobilização e luta indígena, Naiara comentou: “O valor dos povos tradicionais é o valor humano. Nós não somos separados, somos pele vermelha e a luta é única. Quando se fala dos indígenas, se esquecem de falar de todos os atentados que sofremos diariamente. Por exemplo, ser agredido na rua, não ter comida e escola para nossas crianças.” “Existem ainda seres humanos que podemos chamar de gente, estão envolvidos, comprometidos nestas questões para diminuir a desigualdade social”, concluiu Yakuy Tupinambá.

Já fechando a manhã, Deborah apresentou o Plano Setorial de Políticas para os Povos Indígenas e suas três ações centrais: manutenção e transmissão de saberes e práticas indígenas, cultura e economia criativa – inserção da cultura tradicional na merenda indígena, e gestão e participação Social.

No período da tarde, na Oca externa, uma nova roda de apresentação foi iniciada para receber Cristiano Passos, da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. Os Tupinambá o deixaram a par da realidade violenta que os indígenas da etnia vêm sofrendo.

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”, afirmou Yakuy Tupinambá, que citou os diversos tipos de violência que o povo tem passado. Entre elas o medo, a perda do direito de ir e vir e o dia a dia sob pressão.

Logo após foi iniciado a discussão sobre o Ponto de Cultura dos sonhos de cada uma das comunidades, que encontraram em comum a oportunidade de ter ali um instrumento capaz de aproximar as gerações.

Encontramos também outros sonhos importantes, como o resgate e o fortalecimento cultural, a criação de cineclubes, a criação de oficinas de artesanato, história e agricultura, o fortalecimento da memória, o despertar o interesse pela luta, a possibilidade de melhorar a divulgação da realidade indígena, a emergência de uma sensibilização da sociedade para a causa indígena, a desmistificação do ser índio, a importância de incentivar a liberdade e o uso consciente das tecnologias e a abertura de um espaço de denúncia.

Também foi discutido, em conjunto, como seria o funcionamento de cada Ponto.

Após o intervalo, Sebastian Gerlic, presidente da ONG Thydêwá, ofereceu uma oficina de Fotografia, levando em conta os registros étnicos e as fotos como instrumento de luta, denúncia e capaz de transmitir mensagens. O dia encerrou após o por-do-sol com um ritual.

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Pontos de cultura são um instrumento de luta e de defesa de nossos direitos. Confira como foi o I dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

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Na manhã desta terça-feira (25), a Oca Aberta, espaço externo anexo a sede da Thydêwá, indígenas – representando as 08 comunidades que receberão os Pontos de Cultura (Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá, Pankararu, Xokó, Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô) -, e não indígenas se reuniram para o ritual de abertura do I Encontro do Programa Mensagens da Terra.

Fernando Pankararu e Mayá Hãhãhãe, líderes em suas comunidades e sócios fundadores da Thydêwá, puxaram o ritual de abertura, abrindo os trabalhos que seguem até o final da semana. Logo após, o encontro seguiu com a roda tradicional de apresentação, onde cada participante contou um pouco a sua história e o que o trazia até ali.

Entre as inúmeras falas importantes, representando a diversidade cultural e étnica do país, uma delas destacou um assunto que é pauta e elemento decisivo que pode tanto dar continuidade quanto ajudar a diminuir o preconceito que os povos indígenas sofrem. Yakuy Tupinambá trouxe em sua fala a importância de se reconhecer os povos indígenas não por sua aparência, sua fisionomia, mas sim pela sua própria construção de identidade. Ser indígena não é ser limitado em sua aparência, mas ser respeitado pela busca de seus antepassados, de sua própria história. Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, respondeu a fala dizendo que essa é uma luta reconhecida pelo MinC, valorizando a diversidade cultural em seu universo de subjetividades.

A necessidade de uma campanha Estadual e Nacional visando a quebra de paradigmas e dos estereótipos indígenas foi confirmada por todos.

Depois do almoço, as atividades da tarde foram iniciadas com uma apresentação sobre a Thydêwá e os projetos que já foram executados durante esses 12 anos de ONG. Fernando Pankararu, Potyra Tê Tupinambá, Mayá Hãhãhãe, Nhenhety Kariri Xocó e Sebastian Gerlic, sócios da Thydêwá, se revesaram para falar de Índios Online, RISADA, Índio Educa, Índio na visão dos Índios, Índio quer paz, entre outros. . Em seguida, Pedro Vasconscelos apresentou o Programa Nacional de Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural – Cultura Viva.

“Não existe isso de levar cultura até a algum lugar. Levar a cultura é uma ideia colonizadora. Subentende-se com isso que neste lugar não havia cultura antes”, comentou Pedro. “Precisamos garantir o protagonismo e o emponderamento das comunidades. O Cultura Viva acredita que todos nós produzimos cultura”, finalizou.

Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC), partilhou sua experiência com o Programa Cultura Viva. “Não somos público-alvo dessa política, somos agentes. Quem faz o Programa Cultura Viva somos nós que estamos na base, diariamente, buscando conciliar a gestão pública com esse nosso sonho de gestão compartilhada”.

Yuri Bastos, da rede Anísio Teixeira e do Ponto de Cultura Circo do Capão, também contou sua experiência: “Essa é uma oportunidade de se organizar enquanto grupo para ser autônomo e sobreviver com as próprias pernas. Precisamos ser forte para além da existência desse apoio”, comentou.

No final do dia, Sebastian apresentou para os indígenas participantes mais sobre o funcionamento do Programa Mensagens da Terra, cujo objetivo é implementar 08 pontos de cultura que fortaleçam as comunidades indígenas para terem melhor visão crítica e melhor preparo para projetar seus futuros. Juntos, os participantes refletiram sobre o que cada ponto pode fazer e quais são as melhores práticas para a rede alcançar.

“O ponto de cultura não é uma lan house, é uma ferramenta de empoderamento da comunidade para fortalecimento da cultura. O ponto é de toda a comunidade, mas a existência de um comitê gestor pode contribuir para o planejamento e realização dos trabalhos”, disse Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC).

Para Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), os Pontos de Cultura são uma forma de ser visualizado pelo sistema. “É um instrumento de luta. Pontos de Cultura podem ser pensados para a defesa dos nossos direitos”, argumentou. Naiara finalizou trazendo a reflexão sobre os Pontos de Cultura como espaços de promoção de vida, de manifestação cultural, para que possamos conhecer e viver a diversidade.

Yuri encerrou o I Dia de Encontro com um cordel sobre a rede Anísio Teixeira.

 

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No último dia de encontro mulheres debatem o futuro do projeto

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No último dia do I Encontro Pelas Mulheres Indígenas foram retomadas as demandas apontadas pelas participantes durante a semana e discutido quais seriam as próximas ações dentro das comunidades. As mulheres também avaliaram como foi a semana, e sugeriram quais temas gostariam de tratar nos próximos encontros. Em uma votação foi definido os temas sexualidade e gestação para o próximo encontro que ocorrerá no mês de maio.

Para encerrar, todas as mãos se uniram em uma roda de despedida, onde cada participante pôde contar um pouquinho sobre como foi a experiência e o que espera para os próximos meses em que estaremos reunidas. Maria Cristina, psicóloga sócia da organização “Profesionales Latinoamericanos contra el Abuso de Poder”, terminou com uma frase inspiradora para todas: “Toda reunião em que se encontrem somente mulheres é transformadora e revolucionária por si só”

*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.