MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM OUTUBRO DE 2017

No mês de outubro os Pontos de Cultura começaram a articular a chegada de mulheres Dragon Dreaming nas aldeias. As visitas ocorrerão entre os meses de novembro a fevereiro. O projeto Redes de Sororidade é mais uma forma de potencializar a rede Pelas Mulheres Indígenas.

Além disso tivemos muitas fotos compartilhadas em nossa rede: Hortas, retomadas, denúncias, ervas para uso medicinais.

Este mês foi bastante movimentado em nossa rede.

O povo Pataxó Hahahãe fez denúncias neste mês sobre abuso da Polícia Militar contra os indígenas em uma ocupação em Potiraguá onde fazendeiros usufruíam de território indígena.

“…Áreas desmata para fazer pasto!
A luta pela a conquista da terra é uma escolha dos Pataxó Hãhãhãe que honram o seu direito. Entretanto a sociedade precisa apoiar essa causa, a maior parte de nosso território nacional está nas mãos dos fazendeiros. Terras que eles exploram todos os recursos naturais, através de desmatamentos, mineração, contaminam o solo com venenos, secam os recursos hídricos. Enfim uma fazenda que eles têm apenas 2 funcionários nós estamos ocupando com 150 famílias indígenas, e que vão viver na produção de agricultura familiar, produzindo alimentos saldáveis. A terra é sagrada e pertence a nós indígenas, estamos a mais de 8 dias ocupando o território. E vamos resistir. Já recebemos a visita do FUNAI, e da Policia Federal, da polícia Militar que esteve visitando a área. Sociedade Brasileira, os mapas provam que a área pertencente a nós indígenas, quando da sua demarcação iniciada em 1936 e terminada em 1938, foi dividida ao meio em acordo do SPI com o estado da Bahia, sem o consentimento nem o conhecimento dos índios, principais interessados na área. A parte subtraída da área original dos índios foi doada a fazendeiros de Itabuna e Ilhéus como mostra o mapa. Nesta área reclamada por nós indígenas, existem cemitérios indígenas e situa-se ao lado da Serra do Couro D’Antas…”

Já no clima Memória Viva, neste mês tivemos também a Feira de Ciências do Colégio Estadual Indígena da Aldeia Caramuru, Anexo Água Vermelha. Dona Mayá foi convidada representando a sabedoria das anciãs. Na Feira de Ciências teve um momento do plantio das Ervas Medicinais: “Muito enriquecedor as crianças e professores interagindo com essa atividade. Gratificante aprendermos o quanto é rica a localidade onde vivemos. Vamos preservar e conservar o Meio Ambiente!”

O povo Tupinambá também enfrentam situações de risco em uma retomada. No dia 3 de outubro eles ocuparam a fazenda do falecido Mário Bucharff, que está inserida dentro do território indígena tupinambá. Além disso, foi vetado o trânsito dos indígenas dentro dos pertences da fazenda, fazendo com que os indígenas que residem por trás dela ter que dar uma volta de difícil acesso por mais de 15km para chegar ao ponto de ônibus, infringindo seus direitos de ir e vir. Após a ocupação os indígenas enfrentaram ataquece da polícia militar da Bahia.

Os Pankararu passaram por uma situação inadmissível:
“Aldeia brejo dos padres Policiais entraram em nosso território, em meio da nossa tradição. Tradição do São Gonçalo, que acontece anualmente, abordando romeiros de Santa brigida, e repreendendo (armas) que são utilizadas na tradição, a muitos e muitos anos, colocaram no camburao, mais de seis pessoas, entre eles uma pessoa com problemas mentais, atiraram para cima, na intenção de intimidar, usou esprei de pimenta em um indígena, sem ao menos ele oferecer risco algum, abuso de poder , fomos coagidos , por pouco não acabaram com nossa tradição no momento, mas juntos somos mais fortes , vivemos lutando a décadas , não seria hoje que iríam nos intimidar.como chegar em uma ária indígena e não se informar o porque daquilo está acontecendo, já vem utilizando da autoridade, somos indígenas, temos nossa tradição, nossa peculiaridade, se informem, respeitem”

A cacica Maria D’Ajuda Pataxó segue firme em suas articulações, especialmente pelas mulheres indígenas e não indígenas

 

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM JULHO DE 2017

A rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste começou o mês de julho com construção e reivindicações. Na aldeia 2 irmãos, em Pataxó de Cumuruxatiba, um forno comunitário foi construído, enquanto as ervas medicinais, importantes para a manutenção da saúde e da cultura indígena, seguiam seu ritmo de crescimento…

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Mensagens da Terra: Confira tudo que aconteceu na rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste em Junho de 2017

A partir de agora iremos postar mensalmente algumas informações trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste.

Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

Seguem agora algumas imagens e mensagens compartilhadas no mês de Junho de 2017, mês de uma das principais festas do Nordeste, o São João, e teve até forró dentro das aldeias…

Pataxó Hahahãe

Teve ação com as crianças e comunidade

Tia Mayá, Pataxó Hahahãe, narrando a história da agricultura no povo Pataxó Hahahãe. Contando a importância de preservar essa cultura milenar. Encontro Celebrando a Semente pela associação AHIAV. Viva a agricultura, viva Hahahãe (Relato por Fabrício Titiah)

Teve forró no São João também…

Pataxó Cumuruxatiba

A cacique Maria D’Ajuda em uma de suas reuniões em prol do bem de sua comunidade, dessa vez para trabalhar reflorestamento.

Relato de Maria D’Ajuda no mês de Junho:

“Estamos na luta esse mês. A luta foi muito forte, ocupamos a pista por duas vezes para resolver a nossa educação, o pagamento dos motoristas e também sobre nossa saúde. Os carros (para transporte escolar) não estão suprindo as necessidades das comunidades, apenas 1 carro para 14 aldeias. Ontemos tivemos com o ministério público em Teixeira de Freitas”.

Kariri Xocó

Teve festa em Kariri Xocó, viva São João!

Diariamente são postadas muitas mensagens nos grupos da rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Essa postagem é uma maneira de deixar registrado e compartilhar com o mundo algumas informações a respeito do andamento das atividades em cada ponto, do dia a dia das aldeias e da cultura indígena.

Awêre.

“É preciso usar a Internet em prol da nossa cultura”. Veja como foi o 3o dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

O terceiro dia do I Encontro do Programa Mensagens da Terra começou com os rituais indígenas de abertura, unindo todos os povos em uma só roda, onde se canta e dança ao som de toantes, torés e porancys de cada uma das comunidades.

Em seguida, mais uma vez questões sobre a situação indígena atual foi debatida entre todos. “Cada vez que a gente se junta novos problemas aparecem”, comentou Joel Pataxó, ao identificar quantas situações de desrespeito e violência os parentes de outras etnias presenciaram.

“Não tem um olhar e nem uma política para fiscalizar e acompanhar a causa indígena”, disse Fernando Pankararu.

O causa Tupinambá também foi destacada. “A política ao invés de dar apoio aos indígenas dá apoio aos grileiros”, comenta Mayá Hãhãhãe. O agronegócio e sua consequente degradação dos territórios tradicionais foi um dos assuntos discutidos.

Depois dessa rodada, Cristiano Passos, da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, apresentou o trabalho de apropriação de tecnologias dentro dos Pontos de Cultura e comentou sobre a possibilidade de utilizá-los como um instrumento de voz.

Cristiano também quis compreender qual a estrutura que existe hoje dentro dos Pontos e aquilo que os povos precisam.

Outras tecnologias sociais que surgiram com a existência dos Pontos de Cultura também foram comentadas, como a Rede Índios Online. As jovens Karapotó-Plakiô comentaram sobre como depois de algumas denúncias feitas na rede, a prefeitura da cidade em que a aldeia está localizada passou a dar mais atenção para as demandas da comunidade. “Índios Online é nosso porta voz”, comentaram. Além disso, Joana Tavares, jornalista coordenadora do Projeto Pelas Mulheres Indígenas, desenvolvido pela Thydêwá e conta com o apoio da Secretaria de Políticas das Mulheres da Presidência da República, comentou sua dissertação de mestrado sobre Índios Online: “Observei que a rede era uma forma de fortalecimento e divulgação da cultura indígena, uma forma de projetá-la para o mundo”.

Acerca do uso das tecnologias e dos espaços oferecidos pelo Programa, Potyra Tê Tupinambá enfatiza o que já vem sendo discutido durante todos os dias: “É preciso usar a Internet de forma consciente, para que ela não seja apenas uma ferramenta de brincadeira, mas um instrumento em prol da nossa cultura”, argumentou.

Outros projetos que contam com a mobilização e articulação dos participantes e das tecnologias digitais, como Índio Educa, Oca Digital, Pelas Mulheres Indígenas e RISADA, foram comentados.

Foi interessante perceber o desenvolvimento dos indígenas e da Thydêwá alinhado ao desenvolvimento das tecnologias. “Tínhamos projetos há 12 anos atrás que eram realizados com fitas cassetes, hoje estamos trabalhando com a apropriação dos Tablets”, comentou Sebastian Gerlic, presidente da ONG.

“Pontos de Cultura não são $yber Café ou uma Lan House, onde o tempo e a comunicação são colocados como mercadorias, orientadas pelo individualismo”, ressaltou Sebastian, mostrando dois banners pendurados na parede da Thydêwá que tratavam a respeito disso.

Após o almoço o grupo foi dividido em dois, enquanto um participante de cada etnia participava de uma oficina de apropriação tecnológica, outro cuidava da parte burocrática da implantação de um Ponto de Cultura dentro de suas aldeias, junto a Cristiano Passos e equipe da Thydêwá.

Na oficina de apropriação, ministrada por Magno Tupinambá, alguns indígenas instalaram a distribuição do Junta Dados nos computadores, enquanto outros se debruçavam em conhecer as ferramentas que iriam trabalhar. O funcionamento das máquinas, do projetor e das câmeras digitais adquiridas para cada um dos Pontos foi apresentado, além de uma imersão nos potenciais que a distribuição instalada nos computadores oferece.

Após isso, todos reunidos voltaram a discutir sobre a importância da atuação do conselho gestor de cada Ponto e aproveitaram para construir em conjunto os termos de uso dos equipamentos, o que aconteceria caso algum fosse roubado, como serão entregues os relatórios de atividades, entre outras questões importantes de gestão.

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”. Confira as partilhas do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra

Na manhã do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra, como todos os dias, foi feito um ritual de abertura indígena, com cânticos em roda. Inicialmente, foi discutida a importância do evento Teia Nacional de Pontos de Cultura para a visibilidade e representatividade dos indígenas. Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC), sugeriu que fosse levado, ao encontro nacional, relatos e registros, em audiovisual por exemplo, da situação tupinambá.

Nhenhety Kariri Xocó, sócio da Thydêwá, abriu o Moytará, apresentando o seu significado. Moytará é uma palavra indígena que significa troca. Esta era uma tradição entre os indígenas da caatinga e da Mata Atlântica, que se encontravam uma vez por ano para trocar produtos da florestas. “Moytará é a história da caçada tradicional”, resumiu. Ele sugeriu fazer um moytará com produtos da tecnologia – livros, cds, vídeos e que a rede de Pontos de Cultura Indígenas será como um Moytará, pois trocará também com outras redes, como a Índio Educa e a RISADA. Alguns indígenas apresentaram os produtos que trouxeram para trocar: frutos, sementes, raízes, livros, etc.

Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), apresentou o Conselho enquanto um espaço de participação e controle social perante o Minc. “Embora tenha um caráter consultivo e não tenha poder de decisão, é um avanço do diálogo entre governo e sociedade civil”, afirmou.

O debate circulou na importância da escolha de representantes dos povos indígenas que estejam comprometidos com a comunidade e a importância de se mobilizar. “Quando a gente pensa em Estado, representatividade é muito difícil. Mas nós enquanto indígenas temos que saber que aquele espaço também é nosso”, disse Naiara, diante das reflexões e exemplos trazidos pelos indígenas. Joel Braz, nome indígena Xarru Ingorá Pataxó, apontou que existe uma dificuldade para se mobilizar: “As pessoas precisam de muita garra e muito pulso para levar um movimento para frente. Não é qualquer coisa não.”

Foi trazida para a roda a extrema importância de ações e alternativas que sejam feitas a partir da base, de dentro da comunidade. Yakui Tupinambá atentou para a necessidade de mobilizar os jovens: “O que nós observamos é que nós precisamos de um movimento com os jovens indígenas .Muitos dos nossos estão se deixando levar. É uma continuação do processo de colonização.”

Diante das dificuldades apontadas para a mobilização e luta indígena, Naiara comentou: “O valor dos povos tradicionais é o valor humano. Nós não somos separados, somos pele vermelha e a luta é única. Quando se fala dos indígenas, se esquecem de falar de todos os atentados que sofremos diariamente. Por exemplo, ser agredido na rua, não ter comida e escola para nossas crianças.” “Existem ainda seres humanos que podemos chamar de gente, estão envolvidos, comprometidos nestas questões para diminuir a desigualdade social”, concluiu Yakuy Tupinambá.

Já fechando a manhã, Deborah apresentou o Plano Setorial de Políticas para os Povos Indígenas e suas três ações centrais: manutenção e transmissão de saberes e práticas indígenas, cultura e economia criativa – inserção da cultura tradicional na merenda indígena, e gestão e participação Social.

No período da tarde, na Oca externa, uma nova roda de apresentação foi iniciada para receber Cristiano Passos, da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. Os Tupinambá o deixaram a par da realidade violenta que os indígenas da etnia vêm sofrendo.

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”, afirmou Yakuy Tupinambá, que citou os diversos tipos de violência que o povo tem passado. Entre elas o medo, a perda do direito de ir e vir e o dia a dia sob pressão.

Logo após foi iniciado a discussão sobre o Ponto de Cultura dos sonhos de cada uma das comunidades, que encontraram em comum a oportunidade de ter ali um instrumento capaz de aproximar as gerações.

Encontramos também outros sonhos importantes, como o resgate e o fortalecimento cultural, a criação de cineclubes, a criação de oficinas de artesanato, história e agricultura, o fortalecimento da memória, o despertar o interesse pela luta, a possibilidade de melhorar a divulgação da realidade indígena, a emergência de uma sensibilização da sociedade para a causa indígena, a desmistificação do ser índio, a importância de incentivar a liberdade e o uso consciente das tecnologias e a abertura de um espaço de denúncia.

Também foi discutido, em conjunto, como seria o funcionamento de cada Ponto.

Após o intervalo, Sebastian Gerlic, presidente da ONG Thydêwá, ofereceu uma oficina de Fotografia, levando em conta os registros étnicos e as fotos como instrumento de luta, denúncia e capaz de transmitir mensagens. O dia encerrou após o por-do-sol com um ritual.

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Pontos de cultura são um instrumento de luta e de defesa de nossos direitos. Confira como foi o I dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

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Na manhã desta terça-feira (25), a Oca Aberta, espaço externo anexo a sede da Thydêwá, indígenas – representando as 08 comunidades que receberão os Pontos de Cultura (Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá, Pankararu, Xokó, Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô) -, e não indígenas se reuniram para o ritual de abertura do I Encontro do Programa Mensagens da Terra.

Fernando Pankararu e Mayá Hãhãhãe, líderes em suas comunidades e sócios fundadores da Thydêwá, puxaram o ritual de abertura, abrindo os trabalhos que seguem até o final da semana. Logo após, o encontro seguiu com a roda tradicional de apresentação, onde cada participante contou um pouco a sua história e o que o trazia até ali.

Entre as inúmeras falas importantes, representando a diversidade cultural e étnica do país, uma delas destacou um assunto que é pauta e elemento decisivo que pode tanto dar continuidade quanto ajudar a diminuir o preconceito que os povos indígenas sofrem. Yakuy Tupinambá trouxe em sua fala a importância de se reconhecer os povos indígenas não por sua aparência, sua fisionomia, mas sim pela sua própria construção de identidade. Ser indígena não é ser limitado em sua aparência, mas ser respeitado pela busca de seus antepassados, de sua própria história. Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, respondeu a fala dizendo que essa é uma luta reconhecida pelo MinC, valorizando a diversidade cultural em seu universo de subjetividades.

A necessidade de uma campanha Estadual e Nacional visando a quebra de paradigmas e dos estereótipos indígenas foi confirmada por todos.

Depois do almoço, as atividades da tarde foram iniciadas com uma apresentação sobre a Thydêwá e os projetos que já foram executados durante esses 12 anos de ONG. Fernando Pankararu, Potyra Tê Tupinambá, Mayá Hãhãhãe, Nhenhety Kariri Xocó e Sebastian Gerlic, sócios da Thydêwá, se revesaram para falar de Índios Online, RISADA, Índio Educa, Índio na visão dos Índios, Índio quer paz, entre outros. . Em seguida, Pedro Vasconscelos apresentou o Programa Nacional de Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural – Cultura Viva.

“Não existe isso de levar cultura até a algum lugar. Levar a cultura é uma ideia colonizadora. Subentende-se com isso que neste lugar não havia cultura antes”, comentou Pedro. “Precisamos garantir o protagonismo e o emponderamento das comunidades. O Cultura Viva acredita que todos nós produzimos cultura”, finalizou.

Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC), partilhou sua experiência com o Programa Cultura Viva. “Não somos público-alvo dessa política, somos agentes. Quem faz o Programa Cultura Viva somos nós que estamos na base, diariamente, buscando conciliar a gestão pública com esse nosso sonho de gestão compartilhada”.

Yuri Bastos, da rede Anísio Teixeira e do Ponto de Cultura Circo do Capão, também contou sua experiência: “Essa é uma oportunidade de se organizar enquanto grupo para ser autônomo e sobreviver com as próprias pernas. Precisamos ser forte para além da existência desse apoio”, comentou.

No final do dia, Sebastian apresentou para os indígenas participantes mais sobre o funcionamento do Programa Mensagens da Terra, cujo objetivo é implementar 08 pontos de cultura que fortaleçam as comunidades indígenas para terem melhor visão crítica e melhor preparo para projetar seus futuros. Juntos, os participantes refletiram sobre o que cada ponto pode fazer e quais são as melhores práticas para a rede alcançar.

“O ponto de cultura não é uma lan house, é uma ferramenta de empoderamento da comunidade para fortalecimento da cultura. O ponto é de toda a comunidade, mas a existência de um comitê gestor pode contribuir para o planejamento e realização dos trabalhos”, disse Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC).

Para Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), os Pontos de Cultura são uma forma de ser visualizado pelo sistema. “É um instrumento de luta. Pontos de Cultura podem ser pensados para a defesa dos nossos direitos”, argumentou. Naiara finalizou trazendo a reflexão sobre os Pontos de Cultura como espaços de promoção de vida, de manifestação cultural, para que possamos conhecer e viver a diversidade.

Yuri encerrou o I Dia de Encontro com um cordel sobre a rede Anísio Teixeira.

 

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