19 de abril, dia do índio. Talvez seu filho chegue em casa pintadinho de índio batendo a mão na boca fazendo Hu Hu hu. Para quem não sabe, isso vem dos índios americanos, prova de que pouco se conhece sobre a realidade do índio brasileiro. Ou do índio que estava aqui antes do Brasil ser Brasil.
“Eu não quero ser lembrada apenas um dia. Eu quero que todos os dias nós indígenas sejamos lembrados como verdadeiros donos deste território. Não somos folclore. Não somos coisa do passado. Somos história viva. Uma história de luta, sofrimento e resistência”, afirmou Potyra Tê Tupinambá, indígena, advogada, mãe, mulher e diretora executiva da ong Thydêwá.
A realidade indígena do país não está fácil. Golpes são dados diariamente sobre os direitos desses povos tradicionais. A luta é constante para não se perder o território, a dignidade, a natureza preservada ao redor da terra onde se vive, o acesso à água, o acesso à tecnologia.
Pela rede Indios Online, portal etnojornalístico, é possível ter acesso a conteúdo produzido pelos próprios indígenas e entender que nem tudo se ouve e lê nos demais veículos de comunicação é verdade: http://www.indiosonline.net/
A Thydêwá também possui 21 livros disponíveis para download. Todos escritos por indígenas. E também 3 cds. Conteúdo suficiente para ter acesso a realidade do índio brasileiro. https://www.thydewa.org/downloads1/
Recentemente lançamos dois livros digitais infantis com histórias indígenas. Por enquanto disponível para iPhones e iPads, mas é possível ler online ou baixar o pdf. Estão lindos! http://www.daterraproducoes.net/ebooks/
A invisibilidade da mulher indígena é combatida pela rede Pelas Mulheres Indígenas que desde 2014 vem trabalhando para transformar a realidade dessa parte da população extremamente vulnerável. Mulheres que são em sua essência fortalezas. http://www.mulheresindigenas.org
Os jovens estão aí mostrando que têm voz, que têm raiz, que estão abertos e dispostos a lutar por mudanças. Não querem mais ser folclore, são modernos, estão atentos as mudanças do mundo, tentando acompanhá-las, mas não perdem a essência que os conecta com as tradições. Estamos reunidos no Força Indígena Jovem, grupo aberto: https://www.facebook.com/groups/941864215891750/
E tem o RISADA, uma rede indígena solidária de arte e de artesanato. Gente preocupada com o meio ambiente e conectada com a tradição de produzir para sobreviver. Acreditando na potência da Internet para potencializar a sustentabilidade de seus povos http://risada.org
A realidade do índio brasileiro é sofrida. Se no dia 19 são folclore, no restante dos outros dias precisam esconder a identidade indígena sob o risco constante de sofrerem preconceitos. É para isso que a gente trabalha, para promover diálogos, acreditando na cultura da paz, no bem viver, na força da mãe terra.
Desejamos a todos um dia do índio, uma semana da resistência e todo um abril indígena de abertura para novos conhecimentos.
Awere!