Caminhando para um futuro pós capitalista, onde os benefícios do comércio devem ser não só econômicos mas também ampliados para a comunidade global e para o planeta, de forma a promover a coesão social, paz e preservação ambiental, indígenas de oito comunidades do Nordeste se reúnem entre os dias 13 e 17 de julho para o 3o encontro da RISADA (Rede Indígena Solidária de Arte e de Artesanato).
A proposta da rede é ser uma alternativa ao princípio de acumulação infinita do capitalismo e à degradação ambiental que ele traz. No Encontro, que ocorre na sede da ong THYDÊWÁ, em Olivença/BA, é possível acompanhar discussões sobre comércio justo, economias de troca, economias solidárias, economias do decrescimento, moedas sociais, mercados sociais, economia da dádiva. Além disso, está programada uma oficina especial sobre Fundo Rotativo Solidário, ministrada por Simaia Santos Barreto, e uma imersão na loja virtual da RISADA, com intuito dos indígenas administrarem seus próprios produtos e vendas. No último dia está marcada uma conversa com representantes do Ministério da Cultura. Para Luciane Locatelli, uma das coordenadoras do projeto, o importante é que os participantes saiam motivados para que o RISADA crie raízes dentro das aldeias.
Nova era
O comércio é uma fonte de renda real e importante para as comunidades indígenas, mas que ainda se encontra injustamente remunerada e compreendida como prática cultural e social, representando a história indígena. É durante esses encontros que vemos nascer novas possibilidades de bem viver. É necessário pensar sobre o alcance destas múltiplas e diversas experimentações sociais de forma que as ideias propostas se corporifiquem em práticas diárias, pensadas como sonhos que se concretizam, dispostos a superar a presente hegemonia das desigualdades e do desrespeito pela dignidade humana, na procura da justiça social para todas as criaturas do mundo.
Para Sebastian Gerlic, presidente da ong Thydêwá, os indígenas não escolheram viver no capitalismo: “Foi uma questão de adaptação ou morte. Se adaptaram, mas agora estamos remando juntos para uma nova era”.
A rede
Desde 2007 que o grupo se reúne no intuito de discutir com regularidade alternativas de estabelecerem a venda de seu artesanato por meio do comercio justo e solidário. Essas discussões culminaram, em 2009, com a elaboração da R.IS.A.D.A: www.risada.org. O projeto se concretizou como uma experiência piloto, em maio de 2011, com apoio da Caixa Econômica Federal. Somado a esse recurso foram alocados recursos do Pontão de Cultura Viva Esperança da Terra, parceria Thydewa-MinC, e foram realizados 03 Encontros para criação da rede R.IS.A.D.A.
Os indígenas tem apontado a vida em rede de Economia Solidária como um caminho para sair do atual estado de miséria no qual se encontram e passar a ter uma vida digna. Tanto os próprios participantes envolvidos na rede quanto a Thydêwá, acreditam que a R.I.S.A.D.A. pode promover melhorias para as comunidades indígenas envolvidas, e, logo, para outras também.
Desde 2015 a RISADA vem recebendo o apoio da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda do governo da Bahia (SETRE-BA) e continua contando com os apoios do Ministério da Cultura e da Caixa Economia Federal. Nesta nova fase; com mais indígenas participando; a rede vai realizar seu terceiro Encontro.
Serviço
O que: 3o Encontro da Rede Indígena Solidária de Arte e de Artesanatos
Onde: Sede da ong THYDÊWÁ – Rua Marechal Castelo Branco, no 204, Olivença/Ilhéus/Bahia.
Quando: 13 a 17 de julho
Contato: Luciane Locatelli (lulocatelli81@gmail.com) ou Sebastian Gerlic (sebastian@thydewa.org)
Telefone: (73) 3269-1970

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