Na terça-feira, dia 25, terá início o primeiro encontro do programa Mensagens da Terra na sede do Pontão Esperança da Terra, em Olivença, Bahia. Indígenas de 08 comunidades do Nordeste – Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL) – se reunirão para debater o funcionamento e práticas de gestão dos Pontos de Cultura que serão implantados pelo programa.
O Mensagens da Terra, de autoria da ONG Thydêwá e com o apoio do Ministério da Cultura, visa capacitar 100 Agentes Indígenas de Cultura Viva no uso das tecnologias de informação e comunicação para agirem a favor do Planeta e de suas comunidades. Os indígenas participarão de uma formação continuada, presencial e a distância, no decorrer de três anos, com o objetivo de fortalecer suas culturas e melhorar a Educação, Cidadania, e Sustentabilidade em suas comunidades.
No encontro, através de metodolodia aberta e participativa fundamentada nas Rodas de Conversas, serão abordados temas como o valor da cultura indígena, identidade, diversidade cultural, cultura da paz, cidadania, sustentabilidade,entre outros. Nas rodas, cada participante partilha seu ponto de vista, sua experiência, seus sonhos e seu futuro; a vivência, a fala e os rituais são tidos como elementos fundamentais para a compreensão da cultura particular de cada comunidade.
O encontro contará também com a presença de visitantes que contribuirão para a criação de uma partilha pluricultural e multiétnica. Entre eles, Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura; Débora Castro, consultora de culturas indígenas e coordenadora geral de Programas e Projetos Culturais (CGPPC); Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC); Bruno Tarin e Laila Sandroni, encarregados de realizar os Diagnósticos Situacionais do Programa Mensagens da Terra.
Este é o primeiro dos 06 encontros presenciais de 40h que ocorrerão durante a duração do Programa. Serão realizadas também oficinas em cada um dos Pontos de Cultura Indígenas e será criada uma Comunidade Virtual de Aprendizagem – um espaço onde os participantes poderão construir conhecimento e trocar experiência através da partilha em rede na internet.
“Desejamos que as comunidades se empoderem dos Pontos de Cultura Indígena e consigam fazer uma gestão para que as melhorias cheguem em suas comunidades”, disse Potyra Tê Tupinambá, sócia e diretora executiva da Thydêwá, em meio aos preparativos para o primeiro encontro, anunciando as expectativas para os três anos de projeto que estão pela frente.
Serviço:
O quê: I Encontro do Programa Mensagens da Terra
Quem: Um produção da Organização Não-governamental (ONG) Thydêwá, com o apoio do Ministério da Cultura (MinC), com a parceria e a participação de 08 comunidades indígenas do Nordeste
Quando: 25 a 29 de março de 2014
Onde: Sede do Pontão Esperança da Terra (Thydêwá), em Olivença, Ilhéus (BA).
Sugestões de fonte: Sebastián Gerlic (presidente da Thydêwá); Potyra Tê Tupinambá (indígena Tupinambá e diretora executiva da ONG)
A artista gráfica Silia Moan veio passar uma temporada de um mês na Thydêwá para desenvolver oficinas de edição de vídeo e animação com os indígenas da etnia Tupinambá. Ao final da oficina, que iniciou na semana passada, terão produzido vídeo-clipes para um DVD com as músicas tradicionais indígenas.
O trabalho é todo feito baseado na criação coletiva por parte dos indígenas, com o suporte e apoio da oficineira, e na utilização de softwares livres, como Gimp, Inkscape e Kdenlive.
Veja o depoimento de dois indígenas que estão participando das oficinas.
“Estou aprendendo a desenvolver trabalho com software livre que eu não tinha conhecimento. Descobri que é melhor que o pago pois são bem mais fáceis e não precisa pagar. Tenho ajudado a desenhar, a editar. Estou dando um apoio, mas com o apoio estou também aprendendo. Este DVD vai ser muito importante para língua e cultura Tupinambá. Porque a cultura hoje em dia está se perdendo aos poucos. São poucos jovens que tentam se reconhecer como indígena Tupinambá. Outros têm vergonha, e são influenciados pelos próprios pais a negar a identidade. Para mim, ser indígena é ser normal , como uma pessoa qualquer, mas com costumes diferentes.”
Juvani Santos. Nome indígena: Pitchy, 30 anos
“Nas oficinas, eu aprendi a mexer mais com o computador. Porque eu já tinha feito um curso mas não tinha praticado. Para mim, é muito importante porque eu sou professora de educação infantil e vai ajudar bastante para desenvolver o trabalho com as crianças. A gente já pratica o Porancy com elas todos os dias. Mas acho que esse DVD vai fazer elas valorizarem mais os Porancy e os cantos indígenas. Elas vão entender melhor na cabecinha delas. E vão começar a passar para os coleguinhas a importância disso, porque estão envolvidos diretamente.”
* Esta atividade faz parte do projeto “Fortalecendo a Cultura e Língua Tupinambá” e conta com o apoio da Secretaria de Cultura, do Governo da Bahia e com a coordenação geral da Potyra Tê Tupinambá.
No último dia do I Encontro Pelas Mulheres Indígenas foram retomadas as demandas apontadas pelas participantes durante a semana e discutido quais seriam as próximas ações dentro das comunidades. As mulheres também avaliaram como foi a semana, e sugeriram quais temas gostariam de tratar nos próximos encontros. Em uma votação foi definido os temas sexualidade e gestação para o próximo encontro que ocorrerá no mês de maio.
Para encerrar, todas as mãos se uniram em uma roda de despedida, onde cada participante pôde contar um pouquinho sobre como foi a experiência e o que espera para os próximos meses em que estaremos reunidas. Maria Cristina, psicóloga sócia da organização “Profesionales Latinoamericanos contra el Abuso de Poder”, terminou com uma frase inspiradora para todas: “Toda reunião em que se encontrem somente mulheres é transformadora e revolucionária por si só”
*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.
Começamos o quarto dia do encontro Pelas Mulheres Indígenas construindo um acordo para ação em comunidade. De acordo com as demandas encontradas nos três dias de encontro, as duas mulheres de cada etnia propuseram um acordo para ação com as mulheres em sua aldeia. Reuniões, visitas às casas das mulheres, busca de parcerias com órgãos públicos e universidade, realização de bazar, estiveram entre as atividades pensadas.
Marli Almeida, especialista em feminismo, apresentou a experiência da Rede das Mulheres do Sertão de Pajeú, inspirando ações mobilizadoras positivas na área da Economia Solidária. As mulheres exploraram ainda mais o tablet, com a segunda Oficina de Tecnologia ministrada por Fernanda Martins, e começaram a elaborar o perfil para o site do Projeto. Amanhã encerra nossa semana de encontro, que foi de grande aprendizado para todas!
*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.
O terceiro dia do encontro Pelas Mulheres Indígenas iniciou com a discussão sobre o filme a “A Cor Púrpura”, coordenada pela Maria Cristina, psicóloga argentina especializada em violência conjugal. Uma roda para compartilhamento de histórias e lembranças que vieram à tona durante o filme foi iniciada e durou horas. O filme despertou reflexões, memórias e revelações sobre a violência e opressão contra as mulheres. “Apesar de tudo, de todas as dificuldades, ela pode ser uma mulher feliz…”, concluiu uma das participantes.
À tarde, seguimos com Potyra Tê Tupinambá, advogada indígena, apresentando a lei Maria da Penha e a violência na perspectiva da legislação brasileira. Depois, Fernanda Martins, jornalista especializada em mídias digitais, deu a primeira Oficina de Tecnologia. Algumas participantes estavam usando um tablet pela primeira vez , algumas não tinham também conta de e-mail. Mas estavam animadas para aprender!
*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.
Hoje, demos continuidade ao nosso primeiro encontro Pelas Mulheres Indígenas. Para começar o dia, as participantes se uniram em um lindo ritual aos integrantes do projeto “Fortalecendo a Cultura e Língua Tupinambá”, que também está ocorrendo essa semana na OCA da Thydêwá.
Depois, demos seguimento à discussão do tema violência. Maria Cristina Vila, psicóloga argentina especialista em violência conjugal, foi a facilitadora temática do dia. Ficou a mensagem de que a violência contra a mulher é um problema social que ultrapassa fronteiras de raça e classe social e de que precisamos pensar e rever os valores que levam à estática alarmante de 50% dos homens do mundo exercendo algum tipo de violência sobre a mulher (psicológica, física e/ou sexual).
À tarde, assistimos o filme “A Cor Púrpura” que traz o tema de forma chocante mas muito pertinente, além de apresentar muitos outras sugestões para refletir as injustiças de gênero e sociais. Seguimos para mais um dia com a força da Mãe Terra!
*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.
Segunda-feira, 17 de fevereiro, 28 mulheres reunidas. Diferentes etnias, comunidades, cidades, Estados e até país. Todas aprendendo juntas o que é ser Pelas Mulheres Indígenas.
Às 8h30 da manhã, tia Maya, Pataxó Hãhãhãe, a mais velha de todas as participantes, puxa o ritual. Começa com uma oração, seguida por um canto. Pontual em sua sabedoria, tia Mayá fez um ritual que eu nunca tinha presenciado antes. Balançou o maracá e passou para Marlene Pataxó, que passou para Maria Cristina, argentina, que passou para Joana, coordenadora do projeto, que passou para a mulher ao lado e assim por diante. Vinte e sete mulheres (uma chegou após o ritual) balançaram o maracá selando uma parceria que começava ali naquele instante.
Os objetivos que uniam todas as mulheres ali foram partilhados. Entre os objetivos, histórias pessoais da vida de cada envolvida veio à tona, entre emoções, sorrisos e sororidade das participantes. As histórias foram sentidas, compartilhadas, vivenciadas e trazida das profundezas de cada uma. Tudo isso e a semana está apenas começando.
*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.
Nesta quinta (06.02) e sexta-feira (07.02), indígenas da etnia Tupinambá se reuniram, na nossa OCA em Olivença, para a criação de vídeos clipes das músicas tradicionais Tupinambá.
Os indígenas assistiram vídeos e animações, criaram coletivamente roteiros e desenhos e traduziram músicas dos Poransy para a língua tupy. Os Poransy são músicas tradicionais indígenas que são cantadas em rituais sagrados e, muitas vezes, ensinam os valores tradicionais ou trazem sentidos espirituais.
Conheça dois dos Poransy traduzidos, em tupy e português:
(Pisa ligeiro, Pisa devagar, Quem tem medo de formiga, Não assanha mangangá)
As atividades estão sendo desenvolvidas em algumas das comunidades Tupinambá de Olivença e na OCA ABERTA, um espaço da sede da ONG Thydêwá, parceira da iniciativa. O projeto “Fortalecendo a Cultura e Língua Tupinambá” visa fortalecer a cultura indígena Tumpinambá através da valorização das músicas tradicionais e conta com o apoio da Secretaria de Cultura, do Governo da Bahia e com a coordenação geral da Potyra Tê Tupinambá.
Serão produzidos 1000 DVDs bilíngues português-tupy, que serão distribuídos pelas comunidades indígenas, inclusive nas escolas. O valor e importância da cultura tradicional poderão, desta forma, chegar às crianças também através do vídeo.
Em 2010: “INDÍGENAS DIGITAIS”. Parceria: Cardim Soluções Integradas. Patrocínio: Oi via Fazcultura da Bahia. Apoio: Instituto Oi Futuro e outros.
Vídeo documentário que retrata como os indígenas de várias nações vêm se apropriando das TICs. Ações de divulgação e conscientização direta com 5.000 pessoas.
2009 a 2013: “ESPERANÇA DA TERRA”. Parceria: Ministério da Cultura. Pontão de Cultura Viva com foco na promoção da cultura da paz e a consciência planetária. Realiza Encontros de Diálogos Interculturais e Cruzamentos de Saberes.
Em 2009: “ÍNDIOS ON AMERICA”. Patrocínio: Ministério de Cultura. Projeto de Oficina de reciclagem de 12 indígenas dos Índios On Line e de integração com 60 indígenas das três Américas.
Em 2009: “CELULARES INDÍGENAS”. Parceria: Instituto Oi Futuro para a formação em produção de curta metragens através de telefones celulares com 60 indígenas, integrando os celulares ao movimento social da REDE ÍNDIOS ON- LINE.
Em 2008: “ÍNDIOS NA VISÃO DOS ÍNDIOS DO NORDESTE”. Patrocínio: MDH e Conselho da Região de Limouge (França). Livro traduzido para o francês que reúne trechos das cinco publicações anteriores, sendo lançado com três indígenas durante uma turnê de 40 dias por toda a França
Em 2008: “ÍNDIOS NA VISÃO DOS ÍNDIOS: NÓS TUPINAMBÁ”. Patrocínio: Banco do Nordeste do Brasil. Apoio: Ministério da Cultura e Secretaria de Cultura da Prefeitura de Camaçari – BA. Impressão de 1000 livros e eventos públicos em Salvador, Camaçari, Itabuna, Ilhéus, Una e Buararema para mais de 20.000 pessoas dialogarem interculturalmente com os Tupinambá.