Projeto da Rádia Cunhã capacita mulheres indígenas em rádio-web

O perfil no soundcloud da Rádia Cunhã já teve quase três mil audições

A Rádia Cunhã é uma rádio-web protagonizada por mulheres de oito povos indígenas (Pataxó Barra Velha, Pataxó Hahahae, Pataxó Cumuruxatiba, Tupinambá – todos os quatro baianos; Pankararu (Pernambuco); Kariri Xoco e Karapoto (Alagoas) e Xokó (Sergipe). O projeto faz parte da Rede Pelas Mulheres Indígenas e está realizando oficinas de formação em rádio-web nas comunidades indígenas de Pataxó Barra Velha (município de Porto Seguro) e outra em Pataxó 2 Irmãos (município de Cumuruxatiba), entre os dias 17 e 25 de fevereiro, com carga horária de 40h.  A Rádia Cunhã foi criada em junho de 2016, e atualmente conta com o apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do edital ​Setorial de Culturas Digitais 2016, do Fundo de Cultura da Bahia, para alcançar mais mulheres indígenas com formação e fortalecimento.

Entre 2017 e 2018 foram realizados 12 novos programas de rádio (a maior parte está no youtube) e já conta com quase três mil audições no soundcloud (https://soundcloud.com/radia-cunha/).

Durante as oficinas as mulheres indígenas debateram sobre os tipos de violência contra mulher, empoderamento feminino, sororidade, ciberativismo, produção de conteúdo, etnojornalismo, técnica em rádio e outros temas. A formação tem o intuito de alcançar mais mulheres e capacitá-las para serem autônomas no desenvolvimento de seus próprios programas de rádio para ampliar e potencializar as vozes das mulheres indígenas no combate ao preconceito, violência de gênero e sexismo.

Através de rodas de conversa, as mulheres puderam expor as violências que sofreram em suas comunidades e nos seus próprios lares, com os relatos de experiências elas puderam compreender como reagir em casos de violência e tiveram elementos para alertar outras mulheres sobre a importância de combater esses atos.

Para Maria Pankararu, a primeira indígena a receber um título de doutorado no país, e participante da rede Pelas Mulheres Indígenas, a rádia “deu maior oportunidade de empoderamento a mulher indígena, tendo nossas vozes sendo ouvidas por outras mulheres de várias comunidades, e homens também. A Rádia nos dá oportunidade de nos fazermos ouvir, de relatar nossas histórias, nossos comportamentos culturais, nossos anseios, medos, alegrias. É uma forma de estarmos mais presentes nas ações do mundo com o mundo e é uma forma de fortalecimento, então é uma soma de estratégias, de ações, que nos permitem melhorar enquanto mulheres, pessoas, mães. Esse projeto foi e é muito bom e importante para nós”.

Para Potyra Tê Tupinambá, uma das idealizadoras do projeto, a rádia é feita por e pelas mulheres indígenas. “As mensagens criadas para a Rádia Cunhã servem para inspirar outras mulheres a se libertarem da violência, já que infelizmente essa é uma realidade de muitas de nós mulheres. Queremos empoderar nossas parentes para mudar suas histórias, tomarem a rédea de suas vidas, saírem da violência. A Rádia é capaz de transformar a vida das mulheres”, argumenta.

Rede Pelas Mulheres Indígenas – tem como principal objetivo melhorar a realidade das mulheres indígenas do Nordeste através da formação delas como Agentes Multiplicadoras de Transformação Social, tendo interação direta com mais de 47.000 indígenas, e que durante esta iniciativa atingirão 8.000 mulheres indígenas e suas famílias.

O projeto Pelas Mulheres Indígenas foi idealizado pela ONG Thydêwá e conta com o protagonismo das indígenas para seu redesenho e com a parceria da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República e o apoio da rede de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste e o Pontão Esperança da Terra, iniciativas apoiadas pelo Ministério da Cultura. O livro Pelas Mulheres Indígenas que foi escrito, fotografado e ilustrado por mulheres indígenas, com uma Cartilha voltada para orientá-las a prevenir e enfrentar a violência conjugal, está disponível gratuitamente para download no site da Thydewa (https://www.thydewa.org/). O livro contou com o apoio da Secretaria de Política para as Mulheres do estado da Bahia (SPM-BA) e a Rádia Cunhã conta com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT-BA).

Em 2018 a rede Pelas Mulheres Indígenas completa quatro anos de atuação, durante este tempo muitos passos foram dados empoderando mulheres indígenas e reconhecendo o valor e potencial delas dentro e fora de suas comunidades. Muitas ações foram realizadas: reuniões nas aldeias, levando a milhares de mulheres indígenas informações sobre direitos das mulheres; muitos relatos foram escritos, fotografados e filmados inteiramente pelas mulheres indígenas, potencializando a voz destas mulheres; muitas vidas foram transformadas: muitas mulheres formadas para prevenir e enfrentar a violência contra as mulheres em suas comunidades.

As mulheres indígenas possuem uma vontade muito grande de ampliar seus conhecimentos digitais e se apropriarem das ferramentas digitais para fortalecerem suas redes de mulheres e a utilizarem como uma ferramenta no combate à violência contra a mulher. A apropriação de ferramentas digitais é fundamental por parte das mulheres indígenas, que sofrem de opressões por serem indígenas e ainda mais por serem mulheres. Desta maneira, o foco em capacitação digital para mulheres indígenas é muito essencial, para que estas sejam as próprias responsáveis por suas emancipações pessoais e coletivas e possam se fortalecer enquanto uma rede, além do fato de aumentar muito a auto-estima e a realização pessoal por se aproximarem de ferramentas digitais e se conectarem mais ao mundo digital. A partir de uma maior intimidade com as ferramentas digitais e a internet, as mulheres podem ter contato com lutas sociais e anti-machistas, indígenas e não indígenas de todo o Brasil e do mundo.

Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br

 

Saiba mais:

Rede Pelas Mulheres Indígenas – http://www.mulheresindigenas.org

Fanpage no Facebook – https://www.facebook.com/pelasmulheresindigenas/

Perfil da Rádia Cunhã no Soundcloud – https://soundcloud.com/radia-cunha/

Canal no youtube – https://www.youtube.com/user/mulheresindigenas

ONG Thydêwá – https://www.thydewa.org/

Thydêwá participa de II Foro Joseph Wresinski sobre a pobreza e direitos humanos na América Latina e no Caribe

Do dia 22 até 26 de outubro, na cidade da Guatemala, terá lugar o segundo foro Joseph Wresinki sobre a pobreza e direitos humanos na América Latina e no Caribe. Ao igual que o primeiro encontro em 2008 em Porto Príncipe (Haiti), este segundo encontro reunirá as defensoras e defensores dos direitos humanos na região, com o objetivo de confrontar idéias, refletir e criar um conhecimento mais completo sobre a pobreza, um conhecimento que nasce da vontade de trabalhar ombro a ombro, entre pessoas com aportes diversos, porém de igual valor e que reconhece as pessoas em situação de pobreza como os primeiros defensores dos direitos humanos e com conhecimentos suficientes para a superação desta pobreza.

Provenientes da Bolívia, Brasil, Colômbia, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Peru e Estados Unidos, os participantes irão aportar com uma enorme quantidade de experiências de vida e profissionais: pessoas em situação de pobreza que se comprometem ativamente através de uma militância profunda dentro de ATD Quarto Mundo; ativistas do mundo indígena e camponeses, membros de ATD Quarto Mundo e de outras associações… Esta grande diversidade de pessoas comprometidas, que realizam ações para superação da pobreza e da defesa dos direitos humanos representa a verdadeira riqueza deste foro que busca reforçar compromissos e mostrar novos sinais para combater as desigualdades e injustiças na região.

Durante cinco dias, os participantes irão se encontrarão e dialogar a partir do que cada pessoa é, tem experimentado e conhecido, com a finalidade de construir conjuntamente, através do verdadeiro cruzamento de saberes, um novo conhecimento que vai contribuir para a luta contra a pobreza. Esta metodologia de Cruzamento de Saberes rejeita a idéia de que existem pessoas que sabem e outras que não: ao contrario reconhece todas e cada uma delas como portadoras de um saber necessário para a construção de um conhecimento útil para a erradicação da pobreza.

Em 2017, diversas pessoas que participaram do foro contribuíram para a redação do livro Aqui onde vivemos: Wresinski, pobreza e direitos humanos na América Latina e Caribe. O livro foi publicado no marco da campanha Pobreza nunca mais: atuar todos pela dignidade e revisitava a pertinência do pensamento de Joseph Wresinski, fundador de ATD Quarto Mundo, para a luta contra a pobreza na região no dia de hoje. Este foro regional – que se desenvolverá em espanhol, francês e português – dará continuidade a esses esforços e irá se constituir numa oportunidade para dar a luz novas idéias.

Além do mais, este foro de trabalho tem lugar graças ao financiamento da Fundação Joseph Wresinski e ao apoio de CIPREVICA. No dia 25 de setembro, no Museu da Universidade São Carlos da Guatemala, em colaboração com as Nações Unidas, será realizada uma jornada aberta que irá reunir 200 pessoas do mundo institucional e associativo da Guatemala. Será a primeira oportunidade para difundir e dialogar sobre os pensamentos desenvolvidos durante o foro, assim como para conseguir o compromisso de outras pessoas e instituições na hora de promover a participação de pessoas em situação de pobreza, nos lugares nos quais vai se refletir sobre os programas sociais e de desenvolvimento.

Pontos de Cultura Indígena de oito aldeias se encontram para Rodas de Conversa e manifestações culturais no MAM/BA

A ONG Thydêwá promove o VI Encontro de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste, em Salvador Bahia. Dentro da programação do Encontro 16 indígenas apresentarão suas manifestações culturais e há uma parte especial destinada a dialogar com o público, na sexta feira 31 de agosto, no sábado 1º e no domingo 2 de setembro, das 14h às 18h, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA), com entrada gratuita. No MAM está acontecendo a Mostra Interativa AEI – Arte Eletrônica Indígena, e durante os últimos três dias da mostra, haverá apresentações de cantos e danças indígenas, Rodas de Conversas com projeção de vídeos sobre a cultura desses povos e visitas guiadas pelos artistas indígenas.

Durante o Encontro estarão presentes representantes indígenas de oito Pontos de Cultura Indígena (PCI) de oito comunidades: Os Pataxó da Aldeia Trambuco (Porto Seguro); os Pataxó Hãhãhãe da Aldeia Milagrosa (Pau Brasil); os Pataxó da Aldeia 2 Irmãos (Cumuruxatiba – Prado); os Tupinambá de Olivença da Aldeia Itapoã (Ilhéus) – todos os localizados na Bahia; os Pankararu (Tacaratu – Pernambuco), os Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio – Alagoas), os Karapotó Plaki-ô (São Sebastião – Alagoas) e os Xokó (Porto da Folha – Sergipe).

Nas dinâmicas exclusivas para os indígenas, os representantes devem avaliar o projeto “Mensagens da Terra”, de autoria da ONG Thydêwá que tem o apoio do Ministério da Cultura e visa fortalecer indígenas como Agentes de Cultura Viva no uso das tecnologias de informação e comunicação para agirem a favor do planeta e de suas comunidades. Os indígenas participaram de uma formação continuada, presencial e a distância, no decorrer de três anos, com o objetivo de afirmar e valorizar suas culturas, conhecimentos e memórias, bem como buscar dignidade para a vida em suas comunidades.

Entre as vitórias do programa “Mensagens da Terra” a rede lançou cinco livros multiétnicos de autoria coletiva dos indígenas, disponibilizou mais de 70 curta-metragens na internet e vem apoiando a rede “Pelas Mulheres Indígenas”.

A rede de Pontos de Cultura Indígena (PCI) teve como resultado de destaque a Mostra “Arte Eletrônica Indígena (AEI): uma exposição interativa”, com trabalhos cocriados entre indígenas brasileiros e artistas do Brasil, Reino Unido e Bolívia, selecionados via edital para residências artísticas nas comunidades indígenas participantes da rede, nos estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco e Sergipe.

As obras interativas tratam da reivindicação de terras, da preservação da memória e do diálogo entre gerações, destacando também a cultura indígena na música, na fotografia, no vídeo, na cartografia dos sons, na escultura, na tecelagem, na colagem digital, nas pinturas rupestres, na projeção eletrônica da pintura corporal entre outras manifestações artísticas.

O AEI (http://aei.art.br/) foi idealizado pela ONG Thydêwá (https://www.thydewa.org/) com patrocínio da Oi e Estado da Bahia, com apoio do Oi Futuro e da British Academy. O projeto é um programa de vanguarda e inovação que promoveu a produção colaborativa e cocriada entre artistas e indígenas de diferentes povos. Muitas das iniciativas selecionadas abordam linguagens artísticas ainda não nomeadas, expressões híbridas, fusão de suportes, e a convergência das tecnologias analógicas e digitais, potencializando a expressão da vida.

SERVIÇO
O QUÊ: Rodas de Conversa e Arte Eletrônica Indígena (AEI): uma exposição interativa.
QUANDO: Rodas de Conversa, exibição de vídeos e visitas guiadas com os artistas indígenas de 14h às 18h, nos dia 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Exposição Arte Eletrônica Indígena até 02 de setembro, das 13h às 18h.
ONDE: Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) – Salvador (BA)
VALOR: Entrada gratuita

Pontos de cultura indígena promovem Rodas de Conversa e lançam DVD com vídeos etnográficos

No Dia do Índio mostra com os vídeos que retratam cotidiano indígena e rodas de conversa serão realizados em aldeias da Bahia, Alagoas e Pernambuco.

Já imaginou conhecer as tradições de oito comunidades indígenas por meio de temas como culinária, ervas medicinais, bebidas sagradas, música, cerâmica tradicional, artesanato entre vários outros assuntos? Os 65 vídeos etnográficos do projeto “Memória Viva” aproximou nos últimos seis meses adolescentes, jovens, adultos e anciãos/anciãs de oito pontos de cultura indígenas, localizados na Bahia, Alagoas e Pernambuco com o objetivo de fortalecer as relações que valorizam os saberes, as trocas de conhecimentos além de preservar e projetar os saberes tradicionais indígenas. No dia 19 de abril, os Pontos de Cultura Indígena realizam Mostras de exibição do DVD: “Memória Viva Indígena” que é uma compilação dos vídeos do projeto seguida de Rodas de Conversa sobre os vídeos. A programação ocorre no Colégio Caramuru da aldeia Pataxó Hãhãhãe, no município de Pau Brasil (Bahia), de 10h30 às 12h; no Colégio Pajé Suira, na aldeia indígena Kariri-Xocó, município de Porto Real do Colégio, Alagoas, das 14h às 16h e no Colégio das aldeias Saco do Barros / Brejo, na terra indígena Pankararu, na divisa dos municípios de Jatobá e Tacaratu, Pernambuco, das 15h às 17h.

O projeto foi realizado com o apoio da ONG Thydêwá e do Ministério da Cultura. Mais de 100 indígenas se reuniram e registraram algumas de suas práticas em vídeos que vão de 3 a 15 minutos, o material está disponível gratuitamente em www.indiosonline.net/memoriaviva e estará também lançado no DVD “Memória Viva Indígena” que será distribuído por diversas comunidades indígenas.

Para realização do DVD uma equipe interdisciplinar visitou as comunidades e deu apoio aos Pontos de Cultura de cada localidade, se desenvolveram em dinâmicas e oficinas, que aproximaram as gerações no objetivo de valorizar seus conhecimentos e salvaguardar seus patrimônios. Atualmente esses vídeos estão sendo utilizados pelos próprios Pontos de Cultura e ou pelas escolas indígenas das localidades para fortalecer a educação ao interior das comunidades. Anciões e Jovens estão participando de rodas de conversa nas comunidades, apresentando os filmes e dialogando com os alunos. Estas ações contam com o apoio especial do Ministério dos Direitos Humanos.

Já são aproximadamente 500 indígenas diretamente envolvidos nas atividades promovidas pelos Pontos de Cultura, na produção de vídeos e na exibição dos mesmos com debate; na apropriação das novas tecnologias de informação e comunicação, onde se destacam dois portais de autoria indígena: www.mulheresindigenas.org e www.indiosonline.net. Esta aliança entre povos indígenas que é promovida pela ONG Thydêwá já permitiu a gravação e lançamento de outros dois DVDs e quatro CDs de músicas. Thydêwá também celebra nesta data o fato de já ter lançado 30 livros e está convidando os autores indígenas a realizar mais um novo livro multiétnico e colaborativo que terá como título “Mensagens da Terra”, para mais informações acesse https://www.thydewa.org/convocatoria-livro-mensagens-da-terra/.

Para Mayá Pataxó Hãhãhãe, de 69 anos, os indígenas idosos escrevem sua história de outras maneiras além da escrita, “tem muitos idosos que a sociedade tacha de analfabetos, mas quando a pessoa conversa com eles percebe que são importantes sábios. Muitos de nossos anciões não tiveram oportunidade de aprender a ler e escrever, mas leem com maestria os sinais da vida e assim escrevem a história de nosso povo, uma história de inteligentes resistências”.

No mesmo sentido, Sebastián Gerlic, um dos coordenadores do projeto, afirma que “a memória viva está em constante movimento. Ela se nutre do passado, se faz no presente e sempre busca transformar o futuro. Quando os livros didáticos falavam apenas em ‘descobrimento do Brasil’, isso era uma tentativa de matar a memória dos povos indígenas, e assim matá-los. Mas os indígenas resistiram porque mantiveram sua memória viva”.

Link para os vídeos: http://www.indiosonline.net/memoria-viva-videos/

SERVIÇO

PATAXÓ HÃHÃHÃE (BAHIA) – Lançamento do DVD, com exibição dos filmes e rodas de conversa: Dia 19 de abril, de 10h30 às 12h.

Local: Colégio Caramuru, na aldeia indígena Pataxó Hãhãhãe, município de Pau Brasil, Bahia.

KARIRI-XOCÓ (ALAGOAS) – Lançamento do DVD, com exibição dos filmes e rodas de conversa: Dia 19 de abril, de 14h às 16 h.

Local: Colégio Pajé Suira, na aldeia indígena Kariri-Xocó, município de Porto Real do Colégio, Alagoas.

PANKARARU (PERNAMBUCO) – Lançamento do DVD, com exibição dos filmes e rodas de conversa: Dia 19 de abril, de 15h às 17h.

Local: Colégio das aldeias Saco do Barros / Brejo, na terra indígena Pankararu, na divisa dos municípios de Jatobá e Tacaratu, Pernambuco.

Mulheres Pankararu participam de evento sobre BEM VIVER na Colômbia

As indígenas Maria e Bárbara Pankararu visitaram a Colômbia a convite da Universidad Autónoma de Occidente (UAO) para um evento que reuniu comunidades indígenas, docentes e investigadores provenientes de instituições de diferentes partes do mundo para abordar a temática “Podemos falar de Bem Viver no contexto atual? Discursos de mentira, distrações e realidades”.

“A troca de experiências entre os vários povos presentes contribuiu para ampliar o olhar para as demandas e desafios dessas comunidades. O Bem Viver foca na relação entre comunidade e mãe terra e faz parte de cosmologia dos indígenas”, afirmou Maria Pankararu.

Durante o evento foram ouvidas experiências das integrantes de diferentes comunidades. O objetivo era dar visibilidade para os relatos das comunidades presentes frente as iniciativas de desenvolvimento que surgem em seus territórios e desse modo trazer à tona as consequências e impactos que geram esse tipo de iniciativa no cotidiano e na preservação cultural das comunidades.

Veja um pouco mais sobre a experiência de Barbara e Maria Pankararu na Colômbia

 

 

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM DEZEMBRO DE 2017

Em dezembro tivemos 3 imersões do projeto Redes de Sororidade nas aldeias ligadas ao Ponto de Cultura. Em Pataxó Hahahãe o projeto finalizou com um grande encontro, que contou com mais de 150 pessoas de várias comunidades, principalmente mulheres.


Depois de Pataxó Hahahãe, as dragons 5nna e Suzana seguiram para Pataxó Barra Velha, no município de Porto Seguro, e se reuniram com as mulheres da comunidade para sonhar juntas. Tivemos também uma ótima notícia neste mês. A antena finalmente chegou em Barra Velha e o PCI de lá já está conectado.

Em meados de dezembro a dragon Liliana chegou na aldeia Pataxó 2 irmãos.

Sebastian Gerlic foi para Bolívia representando também os povos indígenas do Brasil e a Thydêwá.

Mesa dos caciques e lideranças no IFBA, discussão sobre os conflitos territoriais.

O projeto memória viva também está na estrada viajando entre as aldeias. Em dezembro visitaram Kariri Xocó e Karapotó.

Tia Mayá também participou de uma reunião em um assentamento.

Em Pankararu teve início as corridas de umbu.

Em dezembro também tivemos a boa notícia do pagamento do III ano dos PCI. Viva!

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

Connected Communities Making Digital Art with Brazilian Indigenous Peoples (Photo Exhibition)

Indigenous People Go Digital is a photo exhibition of the Thydêwá indigenous peoples’ journey into the digital landscape, following the introduction of the first wifi hotspot – presented as a display of artworks!

This launch event offers a chance to see the exhibition and meet the team behind the project, who are visiting from Brazil. On the 29th we will be offering free family activities to create your own photo art.

Saturday 28 April

11:00-16:00

Connected Communities Indígenas Digitais — Indigenous People Go Digital (Film Screening)

This inspiring event will share information about the culture and traditions of several different indigenous groups from north-eastern Brazil, and in particular about the ways in which, with the help of the NGO Thydêwá, these communities have used digital tools to help increase their visibility, fight prejudice and lobby the government for their rights.

Intercultural communication is at the core of this event. The community members are coming to the UK in order to reach out to other communities elsewhere in the world, sharing their experiences and learning from other communities with similar stories to tell. They will be coming to Leeds because of their strong links with the School of Languages, Cultures and Societies at the University of Leeds, and they are keen to get into discussions with the attendees at the Leeds International Festival.

Their use of the internet dates back over 15 years now, and has been recognised with a series of different prizes, both nationally and internationally. Beyond running an ethno-journalist website called Indios Online, these communities have used the internet to run online educational networks, sell craftwork, share information about environmental sustainability and much more. Their current projects include a network specifically for indigenous women, and a project to create indigenous digital art.

The event will be delivered by the director of the NGO Thydêwá, Sebastián Gerlic, in conjunction with Maria das Dores de Oliveira of the Pankararu community.

We will also screen the Indígenas digitais documentary (in Portuguese with English subtitles), which explores what digital technologies mean to indigenous people, and how they use them.

This will be followed by a talk by Sebastián Gerlic and Maria das Dores de Oliveira (with interpreting from Dr Thea Pitman from the University of Leeds) about the communities themselves, their marginalisation by mainstream society and their struggle for cultural survival, as well as discussing how they have used digital technologies to amplify their voices and enhance their visibility worldwide.

Finally, there will also be a display of artworks stemming from the indigenous digital art project for you to view, and further opportunities for local community engagement after the event.

Saturday 28 April

19:00-21:00

Convocatoria para fazer o livro: “MENSAGENS DA TERRA”

De 19 de abril a 15 de julho de 2018 (prorrogado, participe!!!):

Convidamos a todos os indígenas que queiram participar do livro coletivo e “MENSAGENS DA MÃE TERRA”

A ONG Thydêwá lança hoje dia 19 de abril de 2018 a convocatória para que autores, ilustradores e ou fotógrafos indígenas venham compor coletivamente o livro número 30° dentro da coleção ÍNDIOS NA VISÃO DOS ÍNDIOS: “MENSAGENS DA MÃE TERRA”.

Este livro está sonhado para dois públicos, as próprias comunidades indígenas e todos os seres humanos do mundo. Faremos o livro em português mas buscaremos traduzi-lo a muitas línguas. Temos hoje um recurso para fazer 500 unidades e buscaremos mais recursos para ampliar essa tiragem e faremos uma ou várias versões digitais para que as “MENSAGENS DA MÃE TERRA” cheguem a muitos muitos mesmo.

 

Quais são os “MENSAGENS DA MÃE TERRA”?

Que somos todos um. Que só é possível perpetuar a nossa espécie se vivermos em harmonia com os outros seres, se cuidarmos da Natureza, da vida, da nossa Mãe Terra. Que sendo todos nós filhos da mesma MÃE todos temos os mesmos direitos; todos temos que viver dignamente. Que o individualismo, a competição e o consumismo não nos levam a evoluir como civilização. Que a diversidade de culturas e opiniões é uma riqueza para ser vivida por todos. Que as promessas de progresso, de desenvolvimento ou de uma nova economia não podem estar baseadas na destruição da Natureza. Que nossa MÃE TERRA também tem direitos.

Se alguém quiser escrever sobre o Bem-Viver ou Sumak Kawsay… Se alguém quiser fazer uma crítica ao “progresso”… Esses temas são também MENSAGENS DA MÃE TERRA.

Esperamos que o livro tenha entre 10 e 30 autores de, pelo no mínimo, 10 povos indígenas do atual Brasil

Os interessados podem escrever: uma memória, um sonho, um desejo, uma esperança, uma canalização, uma história, uma narrativa, uma profecia, um conto, poesia, reportagem, testemunho, carta, reflexão/ões… total liberdade de gênero e estilo!

A ONG Thydêwá formará uma comissão de entre 3 e 5 pessoas para selecionar os textos, desenhos e fotos que irão compor o livro. Porém, todos os conteúdos enviados, sempre que seus autores o autorizarem, farão parte de uma página na internet.

O livro terá tiragem de 500 exemplares, sendo que 200 ficarão para a Thydêwá e os 300 serão distribuídos proporcionalmente entre os autores.

O livro terá 64 páginas, com a previsão de 60 de autoria indígena e 04 institucionais. Os indígenas autores poderão participar com um (01) ou vários conteúdos sendo que, em total, cada pessoa será responsável de entre 01 e 08 páginas.

Dos 300 livros que serão distribuídos entre os autores indígenas será respeitada a seguinte escala: Quem for autor de 01 página receberá 5 livros; de 02 páginas – 10 livros; de 03 páginas – 15 livros; de 04 – 20; de 05 – 25; de 06- 30; de 07- 35 e de 08 páginas – 40 livros.

O tamanho da participação de cada autor dependerá da sua vontade e do diálogo entre os interessados com a comissão editora que irá equilibrar o livro visando a diversidade de enfoques, diversidade de etnias participantes e qualidade dos conteúdos.

Uma página do livro terá em média entre 100 e 500 palavras e/ou 01 foto e/ou pintura e/ou desenho. Para uma foto ser impressa no livro, ela precisará ter no mínimo 1000 Kb ou 1 MB. Quanto maior a resolução, melhor.

O orçamento deste livro não contempla ajuda de custos para a produção dos conteúdos. Cada autor permanecerá com seus direitos autorais intactos sobre sua produção que poderá reeditar a sua livre escolha; sendo que a versão publicada nesta obra estará disponível na licença Creative Commons – Atribuição-Uso Não-Comercial. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais e, embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos. Mais informações em: http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Pretendemos disponibilizar na internet uma versão digital do mesmo livro para qualquer pessoa interessada baixá-lo gratuitamente. Pretendemos também traduzir o material para o espanhol, inglês e outros, e publicar em forma digital ou impressa, todos ou parte dos conteúdos.

Todo indígena que tenha lido esta proposta e concorde com a mesma pode participar.

A participação é voluntaria e não implica em repasse de recursos nem antes e nem depois da publicação. Cada participante é livre de participar e se decide faze-lo é pela motivação de contribuir na divulgação das MENSAGENS DA TERRA, em beneficiar a vida e não com objetivos de promoção individual ou enriquecimento financeiro.

Esperamos que mulheres e homens, jovens e adultos, indígenas de várias etnias participem.

O livro é para todo o público. É bom produzir sabendo que o livro poderá ser lido tanto por indígenas como não indígenas e que, provavelmente, venha ter muitos leitores jovens.

As matérias podem ser feitas por uma ou mais pessoas, até por um grupo. Uma pessoa fará contato com a Thydêwá para ser o representante da proposta de conteúdo.

Os interessados devem enviar suas matérias (textos e fotos, desenhos e ou pinturas) para contatos@thydewa.org  até o dia 15 de julho de 2018.

A Thydêwá fica receptiva a sugestões e aguarda as participações.

Atenção indígenas: Estão abertas as inscrições para o III Prêmio de Inovação Comunitária

A Thydêwá, em parceria com a BrazilFoundation, tem o prazer de anunciar o III Prêmio de Inovação Comunitária, que vai contemplar iniciativas informais chamadas de OP (Outra Parada) com até R$ 5 mil.

O processo de seleção envolve 21 organizações de 16 estados brasileiros já apoiadas pela BrazilFoundation. Estas organizações madrinhas têm a missão de identificar iniciativas em seus territórios que promovem ações ou atividades de impacto social com foco em Fortalecimento Comunitário; Controle Social,Fortalecimento de Lideranças; Empreendedorismo e Geração de Renda; Educação, Cultura ou Esportes; Meio Ambiente, Acesso à Água, Manejo Sustentável dos Recursos; Saúde e Bem Estar.

Você tem um projeto em alguma dessas áreas citadas acima?
Entre em contato com contatos@thydewa.org até dia 15 de junho!

MENSAGENS DA TERRA: Confira as últimas novidades dos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste

Os últimos meses foram de bons encontros nos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste. Graças a Tupã a rede pode sair um pouco do virtual e se conectar pessoalmente.

Encontro de Pajés e Encontro dos Pontos de Cultura Indígenas em Pataxó Hahahãe (Pau Brasil, Bahia), 25 a 30 de maio de 2018

Logo após o Encontro tivemos um intercâmbio entre mulheres indígenas da rede Pelas Mulheres Indígenas na Associação de Mulheres Indígenas Guerreiras Pankararu


Escute agora o programa de rádio produzido durante o intercâmbio:

No mês de junho e julho duas atividades estão circulando entre os Pontos de Cultura Indígenas:

A primeira é oficina de vídeo:

A segunda são as residências do projeto Arte Eletrônica Indígena,

Você pode acompanhar o projeto Arte Eletrônica Indígena pelo blogue no site ou pelo grupo no Facebook.